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Mostrando postagens de setembro, 2015

Importante para mim

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Agora a pouco, passei por um post, alegre, em que identificava as três coisas mais importantes da vida. O post era legal pelo que se propunha, ser brincalhão. Daí me veio a ideia de pensar seriamente as coisas mais importantes, para minha forma de pensar, jamais tentando fazer disto algo universal, e deixando claro ser algo pessoal, e até mesmo intransferível. De início pensei que somente três coisas seriam muito pouco, e poderia me levar a não cobrir de forma mais coerente este assunto. Assim pensei em identificar as dez coisas que mais valoro positivamente como ser pensante e senciente. O que me surpreendeu, é que o que parecia ser algo fácil, não é em verdade nada fácil. O primeiro problema é o escopo, um item pode englobar outro, mas se não expuser os dois pode não ficar claro que valoro tanto um em seu escopo mais universal, e também o outro em seu escopo mais local e específico. Assim, outra coisa que percebi, apesar de já saber intelectualmente, é que o fato de pensar com alg

A inquisição, última tentativa em manter o senso comum como sendo o de interesse da igreja

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Como apresentado de forma resumida em meus últimos cinco textos (ao final) publicados, o conhecimento científico, veio em um crescente, e cada vez mais se distanciava da forma como a igreja catequizava o pensamento pelo modelo aristotélico de pensar e observar, mas entendo, e muitos comigo, que foi a publicação, por Galileu, do seu livro “Discursos e demonstrações matemáticas acerca de duas novas ciências” onde a cultura humana e a visão científica consideradas “modernas” foram alçadas a um novo patamar, como o limiar de um novo mundo. Apenas para recordar, esta forma quantitativa de ver o conhecimento natural teve início antes mesmo de Aristóteles, entretanto foi, como já vimos, calada, adormecida e sufocada por interesses outros. Entretanto, foi Newton, o brilhante, arredio e pouco sociável pensador, quem galgou os degraus que faltavam nesta transformação para uma “nova” maneira de pensar. Depois de Newton, a ciência, o conhecimento natural e o saber, abandonaram de vez a forma ar

Aos que defendem que a inquisição não teria sido uma atrocidade desumana

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Aos que defendem que a inquisição não teria sido uma atrocidade desumana, e irresponsável baseada em puro fanatismo e defesa fundamentalista de uma fé cega e nada racional, vou me utilizar de números colocados por historiadores cristãos, por isto mesmo, por si só cobertos de certo interesse, mas eles por si só já são bastante tenebrosos, em especial por uma entidade que sempre foi de comportamento duvidoso.  Muitos se batem no pequeno número de condenações formais a morte: 893, Oitocentas e noventa e três vidas foram ceifadas por uma igreja em nome da defesa pelo medo, de uma fé nada racional, baseada em mero fundamentalismo, e defesa de interesses próprio (fora muitos que morreram sem direito a julgamento, ou mesmo durante as atrocidades do julgamento, ou mesmo como por algo do tipo de milícias de defesa da fé). Bastaria uma única morte, lembremos do Giordano Bruno (que mal ele fez?), se até mesmo acreditava em um deus, mas não era um deus aderente a fé católica, e foi por isto q

Universidades como motor da revolução científica

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No mundo ocidental, as universidades tomam o lugar intelectual das igrejas e afins. Estas foram uma das principais e derradeiras causas para o fim da era das trevas. A realidade histórica ou atual, acontece, toma forma sempre movimentada por muitas e muitas diferentes causas e eventos, muitas delas totalmente desconhecidas, pois que ocorreram em passado mais remoto, e em locais não esperados, mas que foram também causas, apesar de as desconhecermos, de algo que agora acontece, ainda mais em plena realidade caótica (no sentido do caos e não do sem motivo) que sempre se torna presente, em cada um dos pontos espaço-temporais de nossa existência.  Assim, tenho nos meus últimos 4 textos batido um pouco no porque durou tanto tempo a era conhecida como das trevas, e porque não serve de causa, ou de defesa, para a igreja, a argumentação de que o conhecimento científico não existia, e que demorou muito para surgir, pois que foi ela mesma, em continuidade natural ao poder romano, quem s

Reluz o amor

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Do encontro de nossos seres Troveja afeto Relampeja luz E chove amor. Do encontro de nossos corpos Ecoa terremotos instintivos Ressoa tormentas de libido Borbulha maremotos de paixão; Energiza, reage e reluz o amor.

Gráficos, uma esquecida criação e seu uso no reinício quantitativo de nossa ciência

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“Sempre achei estranho que muitas pessoas saibam quem inventou o Cálculo Infinitesimal (maiúscula propositalmente pelo respeito que tenho ao cálculo, ferramenta principal do grande salto científico), embora poucas saibam usá-lo, enquanto poucas pessoas sabem quem inventou o Gráfico, ainda que praticamente todo mundo o utilize. Leonard Mlodinov”. A matemática é a forma como a física ganha representação, e mais do que isto, a matemática é uma das ferramentas de estudo, análise e entendimento da realidade física, é também uma forma de refutação, comprovação e estudo dos desdobramentos possíveis, desta forma é a matemática a linguagem natural da física. Quando “falta” matemática, é necessário que ela seja desenvolvida, construída e modelada para que o físico seja capaz de falar e representar sua física, e mais importante ainda raciocinar sobre a realidade desta física em que está trabalhando. O gráfico foi desenvolvido (criado) a muito e muito tempo atrás, quando a álgebra não tin

A ciência e seus quase 2000 anos perdidos em trevas

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O dualismo de Platão, e a visão científica, no mínimo incoerente de Aristóteles, que não valorizava a quantificação, e sim a busca por propósitos, o que chamamos de qualificação, acabaram se tornando a filosofia oficial dos romanos, quando estes tomaram a Grécia, e assim da igreja católica, e desta forma, desde a época de Aristóteles e a queda da Grécia, passando pelo domínio romano, por cerca dos próximos 19 séculos, estudar a natureza era estudar Aristóteles e sua metodologia, o que impediu o progresso científico por quase 2000 anos, pois que no fundo, esta visão platônica e aristotélica da natureza é incompatível com os robustos princípios da verdadeira ciência que orientam as pesquisas atuais. A ciência de Aristóteles era qualitativa e não quantitativa. Ele buscava sempre motivações, entretanto não com o sentido de causalidade científica, naturalmente falando, e sim algo muito mais para intenções, vontades, e desejos, ele via como se existissem somente motivos e não causas. O in

Entender a natureza e as armadilhas do senso comum

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Entender a natureza, e dela extrair, apreender, compreender e descobrir todos os campos de conhecimento naturais, que são em última instância o real e o natural da existência, muitas vezes nos engana, pois que parecendo fácil, quando apenas nos focamos na superficialidade dos fenômenos, na verdade é complexo, quando ousamos aprofundar o conhecimento sobre o que de real ocorre, existe e dá sustentação a aparência do fenômeno que observamos. Uma das maiores dificuldades é sairmos do senso comum. Embora o senso comum não deva ser ignorado, muitas e muitas vezes necessitamos de coragem e percepção para o senso incomum. Na ciência, no campo do real e natural, na busca “verdadeira” do conhecimento do que existe, necessitamos ter coragem e ousadia para desafiar a tirania do senso comum. Talvez tenha sido o historiador Daniel Boorstin quem primeiro escreveu sobre a tirania do senso comum. É imprescindível, e vital, que olhemos além do óbvio, além das aparências, além do que podemos perceber

O amor

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O Amor não busca, quando muito se completa. O amor se doa, por amor se entrega e na entrega se ama mais ainda. O Amor não troca, mas se troca por amor. O Amor não é paixão, mas como é belo, gracioso, real e forte, um amor apaixonado. O amor não procura, mas no amor se acha, até aquilo que nunca se procurou. O amor, como sentimento subjetivo, em si só não constrói, mas como somos capazes de construir no amor. O amor não é mágico, não é idealista, não é místico ou poderoso, mas amando destruímos barreiras, reconstruímos a nós mesmos, ajudamos a reconstruir os outros e a realidade deste mundo. O amor é subjetivo, não tem valores em si mesmo, mas como são reais a ação e o comportamento de uma mente que consegue amar e ser racional, amar e manter uma crítica sincera, amar e ser agente de transformação deste mundo. O amor só tem valores para aqueles que valorizam o amor racional. O amor não caça, não busca nenhuma presa, o amor une, aconchega e transforma. O amor não é fácil, mas com comp

A maior fraude

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A maior fraude de nossa existência não é aquela que engana aos outros, mas é aquela na qual nos enganamos a nós próprios. Existir é uma experiência em primeira pessoa, ninguém a realiza por nós. O que ela tem de complexa, tem de misteriosa e secreta. Realizamos nossa existência como únicos em toda a multiplicidade dos seres que nos compõe. Podemos fraudar nossa existência para os outros, porem o assustador é que muitas vezes fraudamos nossa existência para nós mesmos, e o mais triste disto é que na maioria absoluta das vezes sequer tomamos conhecimento consciente desta fraude que construímos para nós mesmos.

Grita aos olhos

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Grita aos olhos dos excluídos e abandonados o silêncio abissal e a omissão cínica e mortal de uma boa parte da sociedade que se esconde por detrás das aparências e que se imagina falaciosamente justa e digna, pois que não se acha culpada pelo que aqui está, nem mesmo pelo que é, apesar de toda conivência e dos interesses pessoais de se locupletar direta ou indiretamente pelo que falta aqueles. Para estes o interesse pessoal e corporativo, de seu grupo, acaba falando mais alto.  Todos os bens são finitos, toda produção é finita, toda riqueza é finita, e tudo que abunda e sobra a uns, com certeza faltará a outros, isto é força de verdade, mas o mais triste é que a dignidade humana não sendo um bem material, não deveria sobrar a uns e nem faltar a outros. Por mais que nos esquivemos, que nos justifiquemos, que nos isentemos de culpa, em verdade, entendo que somos todos, assim, direta ou indiretamente culpados, pela existência sofrida como cidadãos de segunda classe a que muitos são

Somos hoje mudanças mentais ocorridas a mais de 100 mil anos e inovações conseguidas no período neolítico

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Hoje, gostamos muito de nos ver como seres avançados, inteligentes, especiais e no caminho de uma perfeição mental e biológicas, coisas no mínimo duvidosas. O que cabe comentar é que isto só foi possível, graças as mudanças que ocorreram em nossa estrutura mental, a partir de cerca de cem a duzentos mil anos atrás, quando denominamos o início do homem moderno. Devido a algumas evoluções acumuladas que ganharam nova expressão mental nesta época. Desta época até o período neolítico, cerca de oito a dez mil anos atrás, fomos em um crescente natural, mas tudo o que podemos ser hoje, ganha projeção e arranque, no período neolítico (pedra nova - época da pedra polida), com as profundas inovações ocorridas nas aldeias e posteriores primeiras cidades. O conhecimento, a percepção abstrata e as tecnologias mentais desenvolvidas por aquelas civilizações foram primordiais e marcantes na formação de nossas ideias sobre o mundo e sobre o universo, para o bem e para o mal, e na nossa capacidade, m

Errar

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Errar pode ser humano, entretanto entendo ser mais humano ainda o buscar aprender com os erros. Todos que se expõem na ousadia de tentar construir uma existência que lhes levem mais próximos de suas humanidades, também erram pelo caminho, mas o pior erro, ao meu ver, é aquele da omissão, da vaidade, da prepotência, da arrogância e do atendimento aos interesses pessoais em detrimento do social e do verdadeiramente humano. Errar por descaso, por displicência ou por inação, isto sim me parece triste, mas mesmo estes erros servem de experiência em nossa jornada frente ao que ainda seremos, e com o entendimento deles, podemos nos transformar enquanto caminhamos.

O presente

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O presente não é governado pelo tempo, para mim, o presente é a própria realidade existencial. Quem já me conhece mais de perto sabe que não percebo a realidade temporal como algo que flua, aliás, o tempo é para mim tão inerte quanto o próprio espaço, ele existe como dimensão, mas está longe daquela visão romântica de um passado caminhando para o presente e deste buscando caminhos para o futuro (a imagem do tempo como uma seta que sempre “voa” não é algo que se coaduna com a forma como vejo a dimensão temporal, até mesmo porque tempo e espaço formam uma única realidade).  Para mim, somente existe o presente, como existe o espaço. Tudo “está” no tempo, como tudo “está” no espaço, tudo se “movimenta” pelo espaço, como tudo se “movimenta” pelo tempo. Na dimensão espacial eu me movimento (ou posso me movimentar), assim também na dimensão temporal me movimento. 

Pensando e provocando Conhece a ti mesmo

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“Conhece-te a ti mesmo”.  Muitos de nós conhecemos como sendo de Sócrates este aforismo, mas na verdade é anterior a ele, já estava escrito, no pátio de entrada do templo de Apolo em Delfos, sendo assim também conhecida como uma das máximas de Delfos, e deve ter sido de lá que Sócrates pinçou este aforismo como inspiração para sua filosofia. Para Sócrates, conhecer-se a si próprio era o caminho para conhecer a verdade. É claro que Sócrates se referia a verdade aqui, não como uma verdade factual, científica ou mesmo histórica; seria ingenuidade imaginar que Sócrates achasse que por introspecção conseguíssemos chegar a alguma verdade “exterior”, química, física, astronômica, factual ou outras. Mas então qual a verdade que Sócrates tanto se empenhava em que conseguíssemos alcançar? Entendo, que a verdade do que somos, do que podemos ser, do que realmente gostaríamos de ser. E assim alguma “autotranscedência”, como sendo a capacidade de sairmos do comum, do que a sociedade acaba nos f

Ler é muito importante, questionar é muito mais

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" Não ensine seu filho apenas a ler, ensine-o a ler e a questionar o que lê ", ensine-o a pensar livremente sobre o que lê, e a discutir abertamente sobre isso, desta forma ele crescerá crítico, não somente com o que lê, mas também com tudo o que vê, tudo o que lhe tentam ensinar, catequizar ou convencer, e assim ele aprenderá a não ser escravo de cultura alguma, de conceito algum, e apenas aceitar o que for lógico, racional, natural ou consequente. Não é garantia de que ele será um humano melhor, mas pelo menos ele será livre para escolher ser quem ele quiser ser, livre de preconceitos, medos, tabus, revelações, fundamentalismos, fanatismos, ou mesmo livre de ser escravo mental de quem quer que seja. Ler é muito importante, entretanto observar, pensar, racionalizar, questionar, duvidar, experimentar, agir e ser agente de transformação é muito mais. obs. Este pequeno texto, acima, fluiu da frase "Não ensine seu filho apenas a ler, ensine-o a ler e a questionar

Verdade

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Não se deve confundir a verdade com a opinião da maioria, nem com o que deveria ser, muito menos com o que eu gostaria que fosse, ou o que foi revelado, e nem com o mais "belo" ou o mais "justo". A verdade independe de mim, de você ou de qualquer um, ela é aética, amoral, insensível e indiferente ao que pensam poucos ou muitos, ela é simplesmente a verdade. A verdade em si não possui qualidade alguma de valor próprio, existe sim, aqueles que amam a verdade e a buscam, independente do que possam encontrar, e existem aqueles que somente querem saber da verdade quando esta pode lhes interessar. Muito cuidado com qualquer interpretação superficial de qualquer verdade, cuidado com a visão meramente fenomenal, nossa interpretação, ou a de qualquer um, tende a estar repleta de nossos conceitos e preconceitos, pode estar filtrada por nossos interesses, pode estar maculada pela indução, e pode estar distorcida pelo nosso ponto de vista. A verdade é sempre única, mas cada

Consciência inconsciente

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Nós "temos" a consciência de que somos conscientes, talvez seja esta uma das maiores diferenças sobre os demais animais. Somos conscientes de que somos conscientes e podemos questionar nossa consciência da consciência, ou assim o cremos, entretanto esta mesma consciência pode ser tão somente uma consciência estabelecida como uma espécie de interface de entrada e saída entre o que somos inconscientemente e o eu que se aparenta consciente de tudo, mesmo esta consciência deve ser como que uma realização do inconsciente, como uma forma de comunicação de todo um processo elaborado e descentralizado em muitas formas e locais, de nosso circuito cerebral inconsciente, dando-nos a sensação de gerenciamento do que somos. Todo processo consciente é primeiramente processado e mediado por processos inconscientes. Não possuímos domínio externo, ou consciente, sobre todos os próximos pensamento que nos virão a mente consciente, alguns simplesmente virão, sem controle consciente, e me

Limites

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Não gostamos dos limites, especialmente quando estes se interpõem entre nós e os nossos desejos, ou quando estes impactam nossos interesses, em contrapartida exigimos os limites, quando estes podem se interpor frente aos desejos dos outros que são incompatíveis com os nossos desejos ou nossos interesses. Dois pesos e duas medidas. É assim que muitos de nós nos comportamos. Tudo que atenda nossos interesses, desejos e possibilidades, parece ser permitido, deveria ser permitido. Para que limites, se o que desejamos, conforme nossas próprias medidas, parece ético e humanamente natural? Que culpa tem alguém se os outros é que não estão abertos aos seus desejos? Limites! Para que limites, quando estes atrapalham o que queremos? Entretanto, tão logo os desejos dos outros se contrapõem aos nossos, e estes mesmos outros estão próximos a conseguirem o que desejam em detrimento aos nossos interesses, bradamos abertamente pelos limites. Cadê os limites? Como não foram dados limites, legais

Um verdadeiro pai

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Um verdadeiro pai não é aquele que somente fez o filho, mas é aquele que se refaz no filho, se refaz pelo filho e se refaz com o filho.  Um verdadeiro pai não é aquele que se projeta no filho, mas é aquele que se “re”projeta pelo filho, se “re”projeta no filho e se “re”projeta com o filho. Um verdadeiro pai não é o reprodutor, nem somente o provedor, mas é aquele que se entrega pelo filho, se transforma no filho e se dignifica com o filho.

Crescimento humano independe de religião

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É muito triste, pelo menos para mim, como a ignorância, muitas vezes ingênua, leva ainda um número grande de pessoas a acreditar que a religião (as religiões) forneça (m) algo de essencial que não se possa obter de outro modo. Estas pessoas cresceram ouvindo isto, muitas vezes de seus próprios pais, cresceram e se tornaram adultas, catequisadas para acreditar sem pensar, para aceitar sem racionalizar, para repetir sem o direito a ceticismo algum.  Tudo de bom que uma religião possa oferecer, eu falei tudo, de bom para algum engrandecimento humano e social que qualquer religião possa oferecer, é plena e totalmente possível fora dela, e sem os riscos de cair em dogmas, profissões de fé, rituais, e mesmo dos conservadorismos, preconceitos, segregacionismos, fanatismos, fundamentalismos e etc... Mesmo a fé e a religiosidade podem ser mantidas fora das religiões. A Espiritualidade, então, sequer depende de fé, quanto a espiritualidade muito menos ainda depende de religiões, a busca d

A mente e os padrões

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A mente humana tem como padrão, buscar padrões. Ela não se sente bem quando não consegue ver causa, coerência aparente, ou relação entre os fatos. Assim, mesmo pessoas cuidadosas acabam, vezes por outra, caindo no erro absurdo e ilógico, mas coerente do ponto de vista de sequência dos fatos, conhecido como “post hoc, ergo propter hoc” que seria mais ou menos: depois disto, portanto por causa disto. Normalmente, de forma não consciente, temos uma tendência a ligar eventos, fatos, acontecimentos que ocorreram depois de um outro evento, como resultado, ou implicado pelo evento anterior, principalmente para eventos que não percebemos claramente causas reais, ou para eventos que fogem a normalidade, desta forma, nossa mente tem a tendência a agrupar eventos sequenciais como eventos causais. Isto é uma inferência que por si só não garante absolutamente nada de verdadeiro, é uma espécie de indução natural que nossa mente força para não ficar sem entender muitos fatos. Muitas vezes, mesmo f

Perdido

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A referência de conhecimento, humanidade e humildade que me faltam, ainda sobram em vaidade e prepotência. O amor altruístico que busco construir ainda não passou de instáveis estruturas de sustentação, desistir? Jamais. Mas devo ter a certeza que a jornada ainda mal começou. A sabedoria mal-acabada e arrogante, abusada como só, que não é sábia, é só cultura, me faz símbolo de desolação não só semântica como cognoscível.  Como homo sapiens falta-me o homo para equilibrar o sapiens. Como humano falta-me sincero amor para dar contraponto a razão. Como animal, falta-me o que me diferenciaria como humano. 

Presunção de ser importante

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Ao longo de minha juventude, e mesmo algum tempo depois, muitas vezes olhei o universo como se o conhecesse, e como se ele existisse com algum propósito, e eu com certeza seria parte deste propósito, e dentro deste universo imaginava o mundo como se ele existisse com o propósito de me servir enquanto realizava o meu viver. Quanta vaidade imaginar que participamos do mundo como se necessário fossemos para a sua realização, e quanta ignorância imaginar que o universo depende de nós, na prática, o universo sequer precisa de nosso mundo, nossa terra, muito menos precisa ou sequer toma “conhecimento” de nossa existência. A realidade do universo me inclui, é verdade, mas na prática, o efeito que tenho sobre o universo é infinitesimal, e que o limite da realidade deste universo quando tende à totalidade do que ele é, implica que praticamente não tenho instituto de ação real sobre este todo do universo. O nosso mundo é real, praticamente eterno segundo nosso tempo de vida, e eu apenas e

Não somos deuses e nem filhos de deuses

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Não somos deuses, e nem filhos de deuses. Não somos criação, somos sim “filhos” da evolução. Não temos projeto, não temos destino, não temos sequer motivo especial para aqui estar, apenas aqui estamos, e porque aqui estamos, e somente temos uma única oportunidade de aqui estar, devemos nos esforçar por fazer desta única passagem, um algo que possa dignificar os que por aqui estão e que por aqui ainda passarão.  Não somos deuses, e nem filhos de deuses. Somos reais e transitórios, somos fatais e de menor valor, mas podemos, e devemos fazer com que o nosso pouco valor valha algo para o todo social.

Eu amo a vida

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Eu amo a vida, não querendo dizer, eu amo a minha vida, ou a vida dos meus. Eu amo a vida querendo dizer, eu amo a essência da vida, eu amo a vida em si, natural e imanente, eu amo aquele salto que levou o físico-químico ao biológico, eu amo a biologia que é a própria vida. Eu amo gatos, sim, mas eu amo pessoas, elefantes, gaivotas, sardinhas, jacarés, mosquitos, goiabeiras, bactérias, arqueas, e por aí vai, porque eu amo a vida. Não tenho vergonha nenhuma do que sou e nem de meu passado, ele foi importante para o que hoje eu sou, mas se pudesse teria apenas enveredado mais cedo pela biologia e pela neurociência. E não existe como amar a vida, sem buscar sua origem e sem amar a evolução.