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Mostrando postagens de dezembro, 2014

Não quero ser

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Não quero ser um com as estrelas, mas sim ser muitos com todos, ser todos com muitos e enfim ser eu mesmo sendo múltiplos com a multiplicidade dos muitos de todos. Os segredos que nos ronda, os desafios que nos esperam, me faz querer ser e estar na primeira pessoa do plural, não abrindo mão do eles, de todos eles.

Nas asas

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Nas asas da ilusão, muitos de nós construímos nossas realidades com caracteres perdidos, encontrados ao acaso, buscados intencionalmente ou simplesmente reflexo do que desejamos ou detestamos, acabando por construir sonhos ou pesadelos que são vividos e experimentados como reais, mas que, entretanto, são construções subjetivas, como todas as sensações, e podem em muitos casos, nem de perto, estarem aderentes a realidade geral do que realmente é.

Sinal de desumanidade

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Se ao fechar os olhos nos vemos correndo com, e como, os “loucos” humanoides, perdidos de nós mesmos, sendo guiados por inválidos de humanidade, então já é passado, em muito, a hora de repararmos que a luz invisível, mas penetrante, do desumano e do irracional já acendeu, ou melhor, já está acesa a muito tempo, cegando nosso espírito mental, corroendo nossos alicerces psíquicos e destruindo nosso ser social e humano. O que nos cabe então? Tomar as rédeas do nosso viver e nos revoltar com o que vemos de nós mesmos e do mundo que nos cerca. Mas, e se não conseguirmos ver nossas falhas? Neste caso, creio não haver mais volta, somente a nossa própria leitura do irresponsável que somos, da insensibilidade que nos envolve, do desumano que nos tornamos ou do conivente (ou omisso) que aprendemos a ser, pode nos dar o empuxo necessário para nos tirar da inércia humana, ou melhor, da inércia desumana.

Se é bem verdade

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Se é bem verdade que o amor oxigena a alma, é verdade também que a razão a alimenta e dá sustentação ao ser (pelo menos até onde a razão pode ser aplicada), que o saber revigora o espírito, que o conhecimento fortalece o caminhar, que a ciência responde algumas importantes indagações do viver, mas é verdade também que somente uma postura de análise crítica pode nos ajudar a responder muitas outras questões, mas sem esquecer que somente o método científico abre realmente nossa mente e nos permite refutar ou validar por experimentação, mas sem esquecer que tudo isso deve sempre ser temperado com boas pitadas de ceticismo.

Somos um animal misterioso

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Somos um animal misterioso e excitante, misterioso e provocativo quanto a nossa intuição do que realmente somos. Apesar de termos plena crença de que somos um animal consciente, vivemos muito mais no submundo da inconsciência, do que possa crer nossa vã filosofia, talvez, até, sequer sejamos seres conscientes, com livre arbítrio, pode ser que o que percebemos como livre arbítrio e consciência sejam apenas o resultado aparente de complexos processos subconscientes que chegam ao nosso conhecimento apenas como notícias ou manchetes, nos fazendo crer que foi uma decisão e escolha consciente, quando esta sensação pode ser apenas mais umas das muitas falácias mentais, apenas mais uma das muitas peças pregadas pela nossa mente para nos manter crentes de que estejamos no controle, quando é o controle que nos mantem. O mistério que envolve nossa real e física existência mental é tal, que não somos mistério apenas para os outros, ou para a sociedade como um todo, somos mistério também par

Quem disse

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Quem disse que consenso, qualquer consenso, possa em algum nível significar ou garantir a verdade sobre algo, uma vez que esta é totalmente alheia e indiferente ao que possamos nós, individualmente, ou de forma coletiva, pensar. Consenso significa exatamente o que é, consenso, nunca por si só significa que o alvo do consenso seja verdadeiro... Apenas para pensar... Muitos concordando com uma mentira, não a torna verdade, apenas nos fortalece a falácia de que seja verdadeira uma mentira. 

Pelo aqui e pelo agora

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Se o silêncio fosse sinal de sabedoria, os mudos seriam uma espécie de benção sábia neste mundo, e nem uma e nem a outra sentença são por definição verdades absolutas, muitos gostariam de ser sábios, mas quase ninguém gostaria de ser mudo. A sabedoria não está no silêncio, e sim na ação, no comportamento, no comprometimento, no conhecimento, e nas atitudes, algumas vezes no silêncio intencional, mas nunca alienado, descompromissado, ou irresponsável. Há momentos em que o silêncio pode falar muito mais verdades do que mil palavras, há mudos que possuem certa sabedoria (porque não creio em sabedoria absoluta), mas as duas assertivas não são, por si só, salvaguardas de saber ou de verdadeira humanidade. Quanto a isto eu costumo brincar que se silêncio fosse sinal de sabedoria eu tinha um gato que deveria ser muito sábio, pois que foram muito poucas as vezes que tive o prazer de ouvir seu miado. É público e notório que não creio em sábios absolutos, e que por definição não confio em que

Individualidade

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Individualmente somos alguns, coletivamente somos muitos. Mesmo em nossa individualidade não conseguiremos ser apenas um, pois que nossa “vida” mental, por si só, é composta por muitos e variados seres de cada um de nós. No máximo seremos a cada instante a emergência de um, mas pode ser que já no momento seguinte, outro de mim assuma o controle temporário. Isto é bom? Isto é ruim? Sinceramente não sei, sei apenas que seria ingenuidade de minha parte acreditar que conscientemente possuo controle total sobre mim, e sobre todos que me fazem ser.

Do tudo

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Do tudo que em geral nós somos, quase nada nos mostra como humanos. Do muito que nos faz, em geral, absolutamente pouco nos faz humanos. Do tudo que a sociedade é ou pode ser, nosso quase nada pode ser muito, frente ao quase nada de humanos que a sociedade tem sido, e também, do muito que uma sociedade é capaz de fazer, aquele pouco que nos faz humano pode fazer diferença. Fico imaginando se o pouco que nos faz humano pudesse, por transformação pessoal, se transformar no muito que nos faz humano, com certeza aquele quase nada que nos mostra como humanos ganharia um brilho poderoso do tudo que nos faz humano, e a sociedade, do tudo que pode ser, seria muito mais humana, social, e defensora da natureza.

Nem antes e nem depois

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Nem antes e nem depois, o agora já é suficiente para me mostrar o quanto estou afastado da humanidade que me deveria diferenciar como animal humano.

Responsáveis

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Todos somos responsáveis por todos, Sartre repetia. Somos todos responsáveis por tudo, diante de todos, repetia Dostoievsky. Onde todos se respeitassem e se sentissem responsáveis por todos, cada um seria mais livre na liberdade envelopada pelo direito dos demais, e a humanidade poderia ser existencialmente e verdadeiramente social, digo eu. “Todos deveríamos ser responsáveis por todos.”, e “Todos deveríamos ser responsáveis por tudo, diante de todos.”

Respeito pela prática do ceticismo

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Exercite o respeito supremo pelas evidências, elas falam muito mais do que qualquer crença, sentimento, intuição ou desejo, falam mais que qualquer revelação, e muitas vezes falam mais que as autoridades do saber, mas exercite muito mais ainda o respeito pela prática do ceticismo, para que as evidências sejam, todas elas, esmiuçadas, analisadas, confrontadas, racionalizadas, criticadas, e não simplesmente aceitas como verdade absoluta, pois que nem sempre o que parece é, nem sempre a superficialidade dos fenômenos mostra realmente o que é. Muitas vezes a indução nos leva a crer em evidências que não passam de factoides, falácias ou engôdos, e às vezes nada mais são do que evidências de parte do processo, estando longe de se referenciar ao processo globalmente.