Entender este mundo

Como entender este mundo quando sequer entendo a mim mesmo. A ilusão que me faz crer consciente de tudo que faço e do que sou, é a mesma que me faz crer ser capaz de entender completamente o mundo. De relance entendo que nunca vou entender completamente este mundo, mas isto não pode ser motivo ou razão para não buscar algum entendimento dele. O universo, nosso mundo, a realização do viver pessoal e coletivo, são de uma complexidade absurda, mas se abster de buscar entender a realidade que nos cerca e que também é nós mesmos, é se entregar a uma passividade frente ao que aqui está que me choca a mente. Podemos com humildade e ousadia buscar aprender o que este mundo é e também o que ele não é, e o método científico ainda é de longe o melhor e mais adequado meio para isto. Sem buscar uma precisão absoluta do método em si, um livre pensador que busca entender o natural, o real e o social, pode: Observar, pensar, obter dados, pensar, modelar, obter mais dados, pensar, refinar, experimentar, experimentar, pensar, criticar, buscar falhas, pensar, experimentar de refutações, pensar, analisar, testar de novo, abrir a todos para reforço e aceitação, ou para refutação, pensar, refinar, e assim continuar sempre, testando, pensando, testando refutações, refinando, e racionalmente continuar pensando.


Nunca saberemos tudo, é verdade, é natural pela limitação humana de nosso cérebro limitado e cheio de falhas, mas podemos sempre saber mais, e mais saberemos quanto mais refutarmos, pois a cada refutação estaremos mais próximos da verdade, pois eliminamos o que não pode ser. A ciência vive de experimentos e de verdades, sim, mas principalmente ela vive e cresce com as refutações, pois que um experimento que se prove verdadeiro, o é sob aquele escopo, e nunca poderemos afirmar como totalmente plena a certeza que aquele experimento seria o mesmo em qualquer outro escopo, mas uma refutação, já nos mostra algo que não pode ser, mesmo que localmente.

Para terminar incluirei aqui um link para uma composição que publiquei inicialmente em 14 de novembro de 2011, sob o título de Conhecimento, e que acabei de republicar neste blog.

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