Somos propensos a acreditar no sobrenatural, é mister defender as crianças

Infelizmente, nossa mente tem uma grande propensão a acreditar no sobrenatural e nas pseudociências, sem me enveredar pelas trilhas das superstições e outras sem fundo de verdade alguma, talvez porque durante milhões de anos de nossa evolução, nossa mente que é avida por padrões, e por tentar entender o porquê das coisas, se viu constantemente confrontada com centenas de eventos, todos naturais, mas para os quais a ignorância de nosso natural período de evolução não encontrava respostas, a não ser que algo sobrenatural devesse estar intencionalmente gerenciando tudo aquilo, de simples ondas no mar, das marés, do nascer e pôr do sol e da lua, de cometas, do fogo, de terremotos, das chuvas, dos rios que pareciam vir do nada, dos ventos, dos trovões e trovoadas, das doenças, das secas e dos alagamentos, e muitas outras mais.

Crianças são ingênuas, quaisquer pais disto sabem. Crianças são o que de mais belo a realização do viver nos permitiu conhecer. Crianças merecem o máximo de respeito, zelo e cuidado. Crianças merecem ser crianças, merecem viver crianças e merecem crescer crianças. Crianças são simples e inocentes, no sentido puro da palavra inocente, podem até agir como revoltadas, e muitas têm o dom de saber nos explorar em nossos limites e fraquezas, mas são inocentes na aplicação de suas rebeldias, são facilmente influenciáveis e catequizáveis.

Crianças são crédulas e acreditam facilmente no imaginário. Acreditam em Papai Noel, Coelho da Páscoa, amigo invisível, dragões que cospem fogo, super-heróis, visões de raio X e muito mais, e o que é pior acreditam muito nos seus pais e responsáveis. Isto faz parte natural do desenvolvimento da mente das crianças. Isto é apenas mais um motivo para que eu não concorde com catequeses, sejam místicas ou seculares, com as crianças. Crianças são simplesmente crianças e merecem ter defendido o direito a serem crianças. Chegará o tempo em que não mais serão crianças e estarão assim mais aptas a buscarem, por vontade própria, o caminho a seguir, seja ele religioso ou materialista, místico ou secular...

Sinceramente creio a catequese infantil como um ato medonho, de um requinte ”domesticador” que me revolta.

Se adultos já são propensos a crerem no sobrenatural, até mesmo se imaginando possuidores de “supersentidos”, imaginemos as crianças. Tenho que admitir que nossa mente, e a minha não é muito diferente neste sentido, possui uma facilidade atordoante em acreditar e em “perceber” uma perspectiva sobrenatural, como algo intuitivamente atraente. Nossa mente busca continuamente padrões, e a realidade de nosso universo e a complexidade do nosso viver são muito complicadas. Posto assim, o mistério, o místico e o sobrenatural facilitam, em muito, a aceitar uma interpretação aparentemente factível desta realidade, principalmente porque a posteriori, nossa interpretação deste sobrenatural está em harmonia com nossas crenças iniciais e mesmo infantis, se enquadrando muito bem com a maneira como preferimos e gostaríamos de acreditar que o mundo funciona, repleto e suportado por estruturas, hierarquias e mecanismos ocultos e sobrenaturais.

Agora me sinto na obrigação de tentar definir, nem que seja de forma superficial e singela ao que me refiro como sobrenatural, farei uso de apenas uma entre muitas formas de “definir” o que a palavra já em geral o diz, “além do natural”, e para mim além do natural nada existe e nem pode existir, e por outro lado aquilo que pode até parecer ciência, mas não passa de falácias, de pseudociência: “...é uma poderosa sensação de acreditar que existem padrões, forças, energias e entidades operando no mundo, que são negados pela ciência, porque estão fora dos limites e fenômenos que esta possa estudar, e que mais importante ainda, tais experiências não são respaldadas por nenhum corpo material ou físico e também nenhuma energia física, ou mesmo por evidências confiáveis e reprodutíveis, sendo assim conhecidas não como científicas, mas sim como sobrenaturais ou pseudo científicas,”(Dr. Bruce M Hood)


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Sou um ateu racional e um livre pensador, ou melhor, eu sou um ateu que tenta ser (que se compromete a ser) racional e livre pensador.

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