Empatia, sensibilidade humana a todo vapor...
Se colocar no lugar do outro, mas não se colocar no lugar do outro sendo você, pensando como você, sabendo o que você sabe, para ver como você agiria, e sim, se colocar no lugar do outro tentando ser o outro, tentando pensar como o outro, tentando sentir o que o outro sente, tentando saber o porquê o outro pensa daquela forma, que dores ele sente, que pressões ele sofre, por que ele é quem ele é, como ele se identifica com o mundo e com os outros, o quanto ele confia na sociedade, o que o motiva, o que o desmotiva, porque ele é ele, tudo que o faz ser ele... Se colocar no lugar do outro, sendo nós mesmos é fácil, e não implica em união alguma, em responsabilidade alguma, em sensibilidade alguma, em altruísmo algum, mas se colocar no lugar do outro, tentando ser o outro, isto sim soma demais no relacionamento honesto e sincero para com todo e qualquer outro....
Por favor eu não disse que é fácil, e nem falei que não continuaremos sendo nós. Sempre seremos nós, consciente ou inconscientemente (impossível deixar de ser algum dos “eus” que nos compõe), até mesmo porque somos muito mais inconscientes do que imaginamos e não temos domínio algum sobre a inconsciência. Eu busquei expor que devemos nos abster de nos colocarmos no lugar do outro pensando como agiríamos se lá estivéssemos (posso até fazer isto intelectualmente, como exercício para entender minha pessoal capacidade de agir se lá estivesse, ou como alternativa ao que ele está realmente sentindo, vivendo, experimentando e passando). As pessoas agem, pensam, reagem e sentem, conforme suas experiências, suas dores, suas mazelas, suas fraquezas, suas virtudes, suas crenças e conhecimentos, sua história de vida, ou mesmo suas vaidades, medos, e desejos, e um pouco também por sua composição natural única que lhe faz ser quem é, e nunca baseado no que eu sou ou deixo de ser.
Entendo que para entrar em conexão sensível com o outro, e para realmente tentar entender o outro, devo, sem nunca deixar de ser eu, posto que é impossível, abstrair-me o mais possível de mim mesmo, e tentar, sinceramente, honestamente, humanamente, e de formas focada e comprometida, buscar experimentar, dentro do possível, a vida “existencial” do outro, sem invadir sua privacidade, ou sem desejar catequizar-lhe pelo que sou, pelo que penso, e pelo como agiria se lá estivesse, pois que todas estas ações estarão simplesmente respaldadas pelas minhas crenças e experiências, e para criar um verdadeiro laço de intimidade sensível, não devo, a menos que solicitado, abrir a porta dizendo como ele deve agir, e sim ajudá-lo a somar comigo em uma atitude quase simbiótica de seres diferentes, mas que tentam se entender, se descobrir, se confiarem.
Entendo que devo deixar claramente patente meu interesse em entender quem ele é, e como ele deve estar se sentindo, não como eu sou, ou seria no seu lugar, ou como eu estaria me sentindo. É bastante claro para mim, que a necessidade é a primeira das leis (para mim a necessidade desconhece leis, mas necessidades reais, sérias e honestas, necessidades de apoio e suporte a vida ou referente a dignidade humana do ser, em especial), se ele corre risco de vida ou, de saúde, se ele está necessitando de ajuda imediata, de reconquistar sua dignidade, devo fazer o possível para oferecer-lhe esta ajuda, este amparo, esta sobrevida, mas nunca catequizando-o, e sim me chegando cada vez mais próximo a ele, exatamente como fiz e faço com meus filhos, eles são eles, eu sou eu, e tento me colocar como cada um deles para poder ser uno com eles, para poder ajuda-los, sem necessariamente invadir a liberdade deles, muitas vezes soltando uma frase aqui, alugando um filme que acho que diz algo, escrevendo um texto acola, mas o que é mais importante, me tornando o máximo confiável possível para eles, sem culpar-lhes de nada, e sem restringir-lhes de nada, mas abrindo naturalmente conversas sobre tudo e qualquer coisa, sem limites, e posso provocar de forma o mais limpa e tranquila possível chegar ao assunto que sinto que pode estar impactando o caminhar humano, ético, social e natural de algum deles, e mesmo assim com o cuidado de não rotular e se for o caso resguardar a cada um deles o que lhes é de direito e de pessoal, pois que cada um é cada um....
Sim, entendo que é difícil ser empático de verdade, mas entendo também que é plenamente possível e é um exercício humano maravilhoso, pois que crescemos junto. Creio mesmo que até ter meus filhos, eu talvez não tivesse entendido corretamente o que é tentar ser empático, ser honestamente empático com alguém, como em muitas outras coisas devo isto também a eles, eles são um aprendizado maravilhoso. Hoje acredito que se alguém não consegue ser empático com seus filhos, que pena, pois que talvez nunca saberá o que realmente é a empatia....
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Sou um ateu racional e um livre pensador, ou melhor, eu sou um ateu que tenta ser (que se compromete a ser) racional e livre pensador.
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