Nada do que escrevo deve ser lido ou entendido como verdade absoluta
Nada do que escrevo deve ser lido ou entendido como verdade absoluta, simplesmente porque nada do que ninguém fale, escreva, induza, ou afirme deve ser entendido como verdade absoluta, um estado crítico, sincero, honesto, até mesmo empático deve ser mantido em toda a leitura, em toda audição, mas jamais podemos abrir mão de mantermos um estado cético e racional. Ninguém é digno de veneração, ninguém ou nada é fiel depositário de verdade absoluta alguma, devemos ler, ouvir, assistir, mas devemos pensar, pensar, e pensar, devemos estudar, pesquisar, construir ou reconstruir um caminho até aquele assunto, se ele nos interessa ou se é importante para o viver ou para a natureza. Devemos buscar armadilhas na argumentação, devemos buscar evidências no que nos é apresentado, e para cada evidência devemos também delas ter certa dúvida, e para cada uma delas buscar sua possibilidade de ser real, buscar origens e confirmações ou refutações para a possibilidade de cada uma das evidências, devemos ser tão críticos com as evidências como devemos ser críticos com os fatos, com as teorias, com a história que se nos é contada.
O que escrevo é tão somente a forma como no momento me posiciono sobre cada assunto, longe de ser uma afirmação absoluta de verdade máxima, mas com certeza é a forma como, após muito pensar, buscar e estudar interpreto momentaneamente cada situação. Como cético, até eu mesmo deposito dúvidas no que penso, e isto é bom, pois que me obriga a sempre estar repensando cada situação, e nunca a ter cada uma delas como verdades absolutas. Agora, se para mim mesmo, meus pensamentos não são entendidos como verdades absolutas, pois que posso estar errado, posso ter perdido alguma prova em contrário, posso ter deixado passar algo importante, posso ter desconhecimento sobre alguns fatos que poderiam mudar minha posição, se não radicalmente, porem parcialmente, por que para algum leitor eles deveriam ser vistos como fonte de verdade, eles devem ser lidos como provocação para que cada um leitor amigo possa por si só construir ou desconstruir seu arcabouço de conhecimento. Desta forma ninguém deve ler meus textos como fonte de saber ou de verdade, e sim como fonte de provocação para pensar, refletir, repensar, estudar, racionalizar, e assim ir construindo sua real, séria, desinteressada, honesta, coerente, lógica, critica, analítica, e coesa interpretação de cada situação, teoria, fato, história...
Algo que não podemos esquecer é que a realidade não está unicamente na superficialidade dos fenômenos, os fenômenos são importante como início de jornada, como provocação para estudo, mas é no subsolo de cada um destes fenômenos que realmente encontramos a realidade, talvez muito desta realidade ainda não tenhamos capacidade mental, científica ou tecnológica para a alcançar, mas sempre podemos chegar um pouco mais perto dela, e o fato de não a conhecermos por inteiro não desqualifica o que dentro do escopo do possível conseguimos apreender. Assim o estado esperado de cada um dos meus leitores é exatamente o de livre pensador, crítico, e apaixonado “buscador” de uma verdade maior, mais profunda, mais sólida, e mais próxima da verdade absoluta que deve ser nossa intenção, mesmo que para muitas situações nunca cheguemos, pelo menos sozinhos até ela, por isto buscar fontes sérias, honestas, e confiáveis é parte natural de todo e qualquer pensador, assim como buscar fontes com visões alternativas não deve ser deixada de lado, pois que nos obrigará a mais profundo pensar na construção de nossa visão, de nossa interpretação, de nossa percepção do que estamos vasculhando. Caro leitor, confie em você, talvez você saiba muito mais que eu sobre diversos assuntos, apenas aceite a provocação, o desafio de repensar, não custa nada, e sempre faz bem para a construção do que somos, do que conhecemos e do que acreditamos.
Não existe livro sábio, não existe texto perfeito, não existem autoridades plenas de saber algum, não existem revelações, não existe nenhum texto meu que possa servir, sozinho, independente, sem profunda análise crítica e racional, sem sério batimento contra e a favor de outros pensadores e pesquisadores, que mereça maior ou mais destacado timbre de saber.
Obrigado a todos que me leem, mas não se esqueçam, duvidem sempre, questionem sempre, provoquem-se a si mesmo, estudem, pensem, repensem, pensem de novo, continuem com algum viés de dúvida, e voltem a racionalizar sobre o assunto. Eu mesmo, escrevo desde os dezessete anos, e tenho textos que hoje contradizem muito, outros em parte, aquilo que já defendi, que já achei ser o certo, nunca fecho totalmente a porta, mas cuidado, estar aberto a pensar, a rever, a buscar novas visões, não pode significar estar irracionalmente aberto as novas visões. Mesmo meus centros mais fortes de como vejo o viver, a natureza, e tudo o mais, que são o materialismo, o realismo, o naturalismo, e decorrente disto o ateísmo (ou a não crença no transcendental) são constantemente provocadas por mim mesmo, na busca de fraquezas ou possibilidades outras, como dito em outro texto, nenhuma ideia deve estar fora do crivo da discussão, do estudo, da crítica racional, ou mesmo da crítica sincera (quando o racional não mais puder ser aplicado). Eu tenho um cuidado, e lembro a todos, o racionalismo é fantástico, mas ele tem um limite, e alcançado este limite, devemos continuar com um estado de pensamento crítico, mesmo que não mais racional, um cuidado máximo, é não ser fanático, ou fundamentalista a acreditar que o racionalismo puro não tem limite, e assim não se deixar assassinar pelas mesmas armas que escolhemos para lutar, sempre chegaremos ao nível de crenças, mas o comportamento deve ser mantido cada uma das crenças que não são ainda suportadas por racionalidade, devem sofrer profunda critica analítica, séria, e coerente com o que de racional conhecemos.
Obrigado a todos.
OBS: Por favor, eu não estou dizendo que verdades absolutas não existam, eu entendo e acredito que sim, elas existem, o que eu quero deixar bem marcado é que nenhum texto (e os meus textos entre eles), nenhum falante, nenhuma estória deve ser lida, ouvida, ou assistida como se fonte de verdade absoluta fossem, ou mesmo nenhum fato histórico deve ser aceito como verdade (lembre-se que são os vencedores que contam e registram a história mais geral, poucos são os historiadores que realmente atravessam esta fronteira), eu, você qualquer um devemos investir forte esforço em pensar, refletir, racionalizar, pesquisar, e criticar tudo o que lemos, ouvimos, assistimos ou presenciamos, devemos ter um quê de cético, não aquele ceticismo absoluto de que nada é verdade, mas uma boa pincelada daquele ceticismo que nos provoca, nos obriga a repensar, entender, estudar, pesquisar e refletir crítica e racionalmente sobre tudo, pois que pode estar errado, em parte ou no seu todo, pode estar incompleta, pode estar defendendo algum interesse disfarçadamente, ou pode simplesmente ser coerente com alguma verdade, mas não porque está escrito, ou foi falado, e sim como resultado de sua análise crítica...
Não interessa o que eu diga, o quanto me agarre na defesa de meus textos, eles devem ser lidos por vocês como mera provocação para um pensar livre, coerente, honesto, crítico e racional.
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Sou um ateu racional e um livre pensador, ou melhor, eu sou um ateu que tenta ser (que se compromete a ser) racional e livre pensador.
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