Vaidade
Algumas vezes envaideço-me por algum saber que na verdade sequer sei que realmente sei, na certeza presunçosa de que sei o que me envaidece.
Finjo ser imune a vaidade quando na verdade sou algumas vezes contaminado por esta mesma vaidade, em especial, até mesmo, por crer que seja imune a vaidade.
A vaidade é traiçoeira, se esgueira por cantos, dobras, rachaduras em nossa personalidade, ela constrói, muitas vezes sorrateiramente, morada em alicerces que parecem seguros, pois se aproveita de pequenas frestas em nossa estrutura mental para lançar raízes, e com estas mesmas raízes fraturar cada vez mais nosso alicerce mental. Ninguém está completamente livre ou imune a vaidade e ao orgulho. Em geral somos ignorantes que acreditamos muito saber, mas sequer sabemos exatamente o que nos compõe e o que realmente somos. Brincamos de conscientes quando realizamos nossa experiência cognitiva, a maioria das vezes, em pleno desconhecido do inconsciente. Valorizamos um livre arbítrio que realmente não temos e soberbamente nos vemos como o auge do estado da arte evolutiva, como se a própria evolução conspirasse para que fossemos o que de melhor ela poderia prover, aflorando rompantes de desequilíbrio quando acreditamos que a natureza existe para nos servir, quando acreditamos ter uma mente perfeita, plenamente saudável e equilibrada, quando cremos sermos muito mais do que em verdade somos.
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ateu
Sou um ateu racional e um livre pensador, ou melhor, eu sou um ateu que tenta ser (que se compromete a ser) racional e livre pensador.
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