Somos reais?

Somos reais?

Somos reais, ou somos mera ilusão participando apenas como atores em alguma criação “mental” de algo ou de alguém, ou mesmo de alguma simulação mental doentia ou forçada, substituindo nossos sensores? Tenho alguma chance de sequer existir em realidade? Tenho alguma chance de existir enquanto ser, mas não ser real a percepção do mundo externo que tenho? O que defino como fenômenos podem ser falsos ilusórios que compõem tão somente o imaginário de outrem, ou mesmo meu imaginário? Existo ou não existo? É real o que sinto, penso, percebo, construo mentalmente, ou vivo? Sou? Quem sou? Quantos sou? São perguntas que cabem, ou deveria me referir a elas como quantos pensam que sou ou quantos me constroem como sendo? Se sou, quem realmente sou? Se sou, realizo o real, ou realizo o que imagino real?  Sou uma incerteza que me realiza, ou sou uma realização possível das incertezas que me possibilitam ser? Sou incerto, meramente provável, da única equação de onda que me permitiu existir, ou da “decoerência” que me faz ser único, ou sou apenas mais uma das muitas possibilidades de realização dentre as prováveis realizações de todas as probabilidades que ao mesmo tempo me possibilitam existir, colapsando em cada possibilidade todas as demais realizações prováveis, das possíveis soluções de ondas que me possibilitavam existir? Ou sou apenas e tão somente real, independente de probabilidade de solução ou de incertezas mil?

Não ousaria apostar todas as minhas fichas em uma única versão de mim mesmo, entretanto empenho muita crença, suportada por certa lógica e boa racionalidade, que somos reais, como real é a essência do nosso viver e de tudo o que nos cerca, mesmo que muito desta realidade não seja intuitivamente percebida, ou esteja muito desta realidade fora do alcance de nossos sensores naturais (biológicos) ou dos equipamentos tecnológicos que consigamos já ter criado.


Desta forma, prefiro, coerentemente com minha percepção e crença, dar crédito a realidade, mesmo que ela seja apenas percebida e “construída” em minha percepção como um algo imaterial e etéreo, resultado de um complexo processamento mental, sendo assim “imanentemente” subjetiva.

Não é porque minha percepção do mundo seja imaterial, resultado emergente do processamento neural, que esta não reflita, em algum nível o real que nos cerca. Prefiro me empenhar realizando o que entendo real, do que perder tempo de meu presente realizando dúvidas imaginárias sobre o que sou, sobre o que devo ser, sobre o como devo agir e pensar, e sobre o como devo realizar o presente da realidade que unicamente posso cumprir. Tenho muito de ceticismo, mas sou um materialista realista, assim, creio sinceramente que existo, que sou real, e é real tudo que nos cerca, aqui ou acolá.


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ateu
Eu sou um ateu racional e um livre pensador, ou melhor, eu sou um ateu que tenta ser (que se compromete a ser) racional e livre pensador.

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