De que adianta
De que adianta reclamar se não posso me asseverar de que eu
mesmo tenha entendido, aprendido, ou me transformado.
De que enfim adianta insurgir-me se sequer tenho certeza que
compreendo de forma mínima o que é realmente viver, o que significa realmente
amar, o que possa ser dignificar a essência da vida, e o que seja realmente me
revoltar contra as imposturas sociais e humanas que acabamos assumindo como
verdades.
Posso não ter todas as respostas, mas não as responder não
significa que possa por isto me omitir da realidade cruel que assola boa parte
da humanidade, onde mesmo aqueles que percebem a insana situação de abandono,
exclusão, exploração, e omissão de muitos, acabam se omitindo, ou acreditando
que basta a caridade para solucionar o caos social que está fazendo de nossa
índole moral um conto de ficção frente a realidade imoral de nossa sociedade. A
caridade é bela e necessária, mas não põe fim as mazelas que nós mesmos
construímos.
Sempre adianta gritar, reclamar, insurgir-se, revoltar-se e
insubordinar-se quando o ideal maior é a sociedade humana, quando o foco é o
social, o humano ou o natural, que sinceramente me parecem abandonados ética,
social e humanamente.
De que adianta? Sempre adianta tentar, sempre adianta caminhar, sempre adianta dar o primeiro passo, o que não adianta é esperar, é se omitir, é se esconder, é achar que o tempo corrige tudo. De que adianta? Adianta muito, mesmo que eu ainda não saiba me reconstruir, a vontade, aliada a ação e ao compromisso de pelo menos tentar, já é o início da minha transformação, mas somente se me pôr a caminhar, se me doar pelo que queira transformar, se sincera e honestamente focar esforços na ação, nas atitudes, nos comportamentos, e nas obras...
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#ateuracional
#livrepensar
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ateu
Sou um ateu racional e um livre pensador, ou melhor, eu sou um ateu que tenta ser (que se compromete a ser) racional e livre pensador.
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