A vida e o café
A vida que nos envolve pode ser experimentada de forma passiva ou de forma ativa, pode ser reativa ou atuante, pode ser quente ou meramente morna ou em casos lamentáveis pode ser fria, insípida e entediante. A vida pode ser amarga ou doce, pode ser saborosa ou desagradável, pode nos fazer bem ou nos adoecer, pode nos viciar ou nos satisfazer, pode nos levar da alegria à felicidade, ou pode nos levar da tristeza ao desespero.
Uma vida pode ser comum ou especial, pode ser banal ou exclusiva, pode ser vulgar ou única, pode ser regular ou insatisfatória, mas a vida é em última análise reflexo da realidade do que experimentamos e da complexidade aleatória do caos que nos envolve. Não dependerá tão somente de como nos comportamos, do como nos apresentamos a esta vida, e do como ousamos meramente apreciá-la, ou ativamente realizá-la, o viver sempre terá margem para fortuitos caóticos que independem de nós mesmos, mas nossa postura, atitude, comportamento e compromisso com o viver são partes importantes da vida, tanto pessoal quanto social.
A vida pode assim ser saborosa, energética, quente, com valores, doce com toques de amarga, inebriante, sedutora como um aroma natural que nos transforma e ativamente nos seduz a experimentá-la cada vez mais, ou pode simplesmente ser uma vida largada, sem valores, fria, triste, e sem atrações vivas. Desta forma ousaria comentar que a vida é um pouco como um café, que pode ser bom ou ruim, e que quando bem cultivada, beneficiada, conservada, bem preparada é a grande maioria das vezes saborosa e tentadora, mas que sem dedicação, compromisso, respeito e esforço, a vida, como o café, não passam de meras borras sem maior valor para serem experimentados.
Um bom café nos atrai, e a vida deve ser, ela própria, nossa maior atração. De nada adiantaria um bom café, ou qualquer outro aditivo externo, quando não amamos profundamente nossa vida, aquela vida que nos é única, pessoal e intransferível, aquela vida que podemos, dentro de certos limites, direcioná-la, saboreá-la, mas de forma coerente construí-la ou desconstruí-la, reforma-la, conforme nosso próprio caminhar.
Tenho a certeza que falar é muito mais fácil do que fazer, mas, de novo, como um bom café, realizar a vida tem suas complexidades aparentes ou invisíveis, possui alguns segredos que devem ser desvendados e aprendidos, mas com a vontade de conhecer e com os ingredientes corretos e bem selecionados, com ferramental físico e mental apropriado, e com metodologia, amor e decisão, podemos chegar a um bom cafezinho, como podemos chegar a uma humana e digna Vida.
Mesmo um bom café pode se perder caso não aproveitado no momento certo, a vida por mais encantadora e digna que seja se perderá caso não aproveitada no correto momento presente e se não reciclada em sua própria existência. Podemos não ser os donos de direito de nossas vidas, mas temos a obrigação de ser seu timoneiro, ser seu mecânico, ser seu amante, ser seu construtor, seu “desconstrutor” em muitos casos, ser seu tutor e planejador, e no dia a dia, ser seu “barista”.
Passados seis parágrafos, gostaria de comentar que a “realização de nosso viver”, depende de muitas coisas, é verdade, mas depende muito também de nossa ousadia em tomá-la pela mão, domá-la quando necessário, e caminhar por ela, com ela e para ela, como seres que prezam a humanidade que nos diferencia e o social em que vivemos.
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Sou um ateu racional e um livre pensador, ou melhor, eu sou um ateu que tenta ser (que se compromete a ser) racional e livre pensador.
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