Um pouco de mim 7 - Coletânea de microtextos publicados inicialmente por mim nas redes

Cultive em seus filhos, parentes, família, amigos ou mesmo apenas conhecidos, o prazer pela leitura, mas cultive muito mais, cultive com muito mais empenho e ousadia, cultive quase como algo supremo, o prazer pela curiosidade e pela dúvida, são elas as molas mestras pelo bem pensar, pelo buscar, pelo criticar, pelo aprender, pelo refletir e questionar. Ler é importante, mas infelizmente existem Livros e livros, Textos e textos, Autores e autores, e assim somente ler pode ser uma faca de dois gumes, é importante saber o que se lê, saber o como se lê, e ter a ousadia de ser um ente crítico e ativo em toda e qualquer leitura, e a curiosidade aliada a certo ceticismo, fazem muita diferença, pois que instigam naturalmente a sempre e cada vez mais buscar novas fontes, validar a qualidade e a confiabilidade das fontes, e a estar sempre refletindo sobre o que se lê, e mesmo, o como se está lendo. O leitor não é parte passiva na leitura, pelo contrário, todo bom leitor é parte ativa no processo de ler, entender, questionar e buscar mais informações sobre o lido... Arlindo Alberto P Tavares

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O capitalismo, em especial em sua vertente financeira e neoliberal, tem por característica própria uma tendência a criar, não necessária e/ou obrigatoriamente, pessoas pequenas nas dimensões ética, moral, humana e social, porque o próprio sistema, e não somente as pessoas em si, corroborado pelos intelectuais que o defendem, trabalham muito fortemente no âmbito da justificação, muito mais do que no âmbito da racionalização, da sensibilização, da análise crítica, ou do forte, sincero, honesto e aberto sentido e sentimento de compromisso pelos outros, pela sociedade, pela natureza, não enquanto somente algo "etéreo" que necessita para viver, e que por merecimento ou meritocracia, por si só justificam certa alienação quanto aos outros, ao invés de internalizar um estado mental de responsabilidade pelos outros

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Somos múltiplos, sendo únicos, ou melhor, talvez sejamos únicos, exatamente pela complexidade e multiplicidade dos muitos que somos... Nossa personalidade, assim como o ser pleno que somos muda com o passar dos anos... mas no íntimo mudamos a cada instante... Arlindo A P Tavares

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Dos erros de cópia ao que hoje estamos vivendo

Imperfeitos, mas reais
Limitados e fatais
Complexos e naturais
Como o são todos os animais...

Este somos nós
Caminhantes da evolução
Múltiplos e complexos
Frágeis, mentais e sociais
Frutos de uma seleção.

De erros de cópia em erros de cópia
Adaptações foram acontecendo
Como em qualquer reino da vida
Esta jornada foi nos trazendo
Ao que hoje estamos vivendo...

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É provocante, se não fosse incomodo, a quantidade de irmãos em espécie que desconhecem o porquê de coisas tão naturais como o “ciclo” das chuvas, o fluir dos ventos, o porquê das ondas, a causa das estações do ano, o porquê dos polos serem mais frios do que a “área” equatorial, as causas básicas dos terremotos, porque vacinas funcionam, como funcionam, nem que de forma superficial e básica, a visão, o olfato, a audição, o tato, o paladar, entre tantas outras coisas tão naturais, como o simples fato de aqui estarmos vivos, e ao mesmo tempo, muitos e muitos destes mesmos que desconhecem coisas tão naturais, possuem certezas acerca da existência e ocorrência de impossibilidades, de coisas místicas, de falácias que repetem como papagaios, de mentiras, de contradições, contrassensos, incoerências e absurdos, como se verdade fossem, pessoas que não sabem a diferença entre ciência e pseudociência, mas que se arvoram em defender conceitos, ideias, crenças, sem a mínima coerência e lógica existencial, sem a menor responsabilidade com a verdade ....

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Nem sempre você conhecerá todas as respostas, acalme-se. Muitas respostas sequer ainda foram percebidas, talvez mesmo muitas perguntas ainda sequer foram correta e coerentemente elaboradas, e mesmo assim, pode ser que um grupo de questões nunca venha a ser plenamente respondidas, mas e daí? Como amantes do conhecimento, a honesta, comprometida e séria busca destas respostas nos provoca, nos atiça a curiosidade e nos coloca em estado de pensar. A dúvida, ou a falta de respostas não é motivo algum para chutarmos o balde e cairmos em contradições, para aceitarmos impossibilidades, ou para nos pôr em estado de aceitar revelações ou irresponsáveis autoridades de saber algum, como proprietárias de respostas, é sim motivo para nos colocar em um estado mental de humildade, de curiosidade, e de profunda paixão por esta busca. Aos poucos, as lacunas, pelo menos as maiores, do conhecimento, vão sendo cobertas com respostas, e nossa curiosidade, na verdade, nunca deve estar satisfeita, ela deve apenas se deslocar, para áreas limítrofes deste ou de qualquer conhecimento, ou se deslocar em profundidade, buscando sempre e cada vez mais um conhecer mais profundo, mais estruturado, mais bem testado, modelado, ou mesmo refutado, a refutação além de ser um conhecimento, é vital e é um dos filtros mais poderosos do método científico. 

Nem sempre você conhecerá todas as respostas, se isto é válido para o “mundo” natural, é muito mais válido para o mundo mental e mais ainda para o social (mas por favor tudo é natural, desta forma os "mundos mental e social" não são menos naturais que o mundo físico, químico, biológico e afins, apenas os destaquei por serem eles estados mais complexos e até certo ponto mais caóticos), onde o caos de informações e de possibilidades interagindo é exponencialmente maior, e onde muitas vezes fazer ciência plena e natural é imoral, desumano e impossível. Isto jamais desqualifica os pensadores, estudiosos e pesquisadores destas áreas, apenas, pelo contrário, aumenta em muito sua dificuldade e a responsabilidade de serem cada vez mais críticos, minuciosos e abnegados em seus estudos, pesquisas, modelagens, e em sua busca, quase inglória, por verdadeiros conhecimentos...

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Lembremo-nos que nossa capacidade de convencimento e de transformação está muito mais ligada as nossas ações, ao nosso comportamento, as nossas atitudes e a nossa ousadia de ser ou de não ser, do que a forma como pensamos, falamos ou escrevemos. Lembremo-nos que nossos últimos 30 minutos de ação ou inação, podem falar muito mais acerca de nós do que nossas milhões de palavras jogadas ao vento, nossos milhares de textos ou nossas centenas de argumentações, justificativas ou defesas orais.




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Sou um ateu racional e um livre pensador, ou melhor, eu sou um ateu que tenta ser (que se compromete a ser) racional e livre pensador.

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