O poder e as ideias, no usufruto do poder das ideias
Os poderes, ou melhor os poderosos, sabem melhor do que ninguém o poder das ideias, e a força que elas possuem tanto de revoltar quanto de justificar, de domesticar, e em muitos casos de distorcer, disfarçar ou adequar a interpretação do ambiente social, político e econômico, conforme seus desejos, reverberando-as, umas para que possam ser tomadas como padrão de justificação do que lhes interessa, e outras para trabalharem na desqualificação do que não lhes interessa. Cientes e sabedores desta força, acabam financiando direta ou indiretamente, ou fomentando de múltiplas maneiras, os fazedores de opinião, mas somente aqueles cuja opinião lhes sejam interessantes, criando ou forçando o aparecimento de cada vez mais “especialistas” e “autoridades do saber”, que massificados pela mídia aliada, vão doutrinando, acalmando, enganando ou convencendo, os incautos, os incultos, os ingênuos, manobrando-os conforme lhes interessa.
“Grandes pensadores”, em especial aqueles que naturalmente se adequem aos desejos dos poderosos, ou aqueles que seduzidos, corrompidos, ou mesmo aliciados por agrados, financiamentos, ou mesmo simplesmente alguma fama ou alguma parcela do poder, são naturais reverberadores das ideias e ideais que interessam aos dominantes, são assim, “intencionalmente” alçados a ícones, pois que podem, de uma forma ou outra, servirem de fazedores e padronizadores de opiniões, pois que passam a serem vistos como “especialistas” ou “autoridades” no que dizem e defendem. Por isto, elevar a competência crítica da população, a sua cultura geral, a sua capacidade analítica, a curiosidade, e a conjunção da vontade com o saber bem pensar, analisar, questionar e refletir, além da capacidade de logicamente questionarem os porquês daquelas ideias, é tão necessária, buscando contrabalancear a massificação das “grandes” ideias que interessam ao sistema, dos “grandes” especialistas que são armas de ataque e defesa desse mesmo sistema, e dos “grandes” intelectuais que justificam este mesmo sistema.
“Especialistas”, “fazedores de opinião” e “autoridades do saber”, a maioria deles tratados, travestidos ou divulgados, como intelectuais, sábios da era corrente, são peças chave do sistema para, entre muitas coisas, manter o status de justiça do que lhes interessa, encobrindo e disfarçando relações, muitas vezes censuráveis, de poder, como algo justo, para legitimar interesses, muitas vezes impróprios, como algo natural, em uma sociedade muitas vezes injusta, buscando dar valor moral aquelas mesmas injustiças. Pior ainda quando falsamente atrelam, ou tentam atrelar, toda esta falaciosa intelectualidade, à ciência, a impróprias justificativas científicas ou naturais, a “algo provado” ou “justificado” por algum estudo “científico”. Precisamos desmistificar o mal-uso do termo ciência na defesa de interesses quaisquer que não o único interesse científico, da busca de um conhecimento natural, no pleno uso do método científico, ou o seu uso em escopos impróprios a própria ciência, pois que buscam legitimar a ordem social vigente com falaciosa e falsa ciência, com falsos estudos e com não menos estúpidos “métodos científicos”. Este comportamento é sujo demais, mas acabam por atingir o interesse geral do sistema, exatamente pelo grau de ingenuidade e ignorância da maioria do povo, simples massa de manobra do sistema. Esta técnica é aplicada pelos poderes religiosos a muito mais tempo, mas passou a ser uso corrente e comum a todos os demais poderes, como arma e “luz” do “liberalismo moderno”, quase como uma espécie de doutrina secular, seja no âmbito e escopo pessoal, como no social e institucional.
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Sou um ateu racional e um livre pensador, ou melhor, eu sou um ateu que tenta ser (que se compromete a ser) racional e livre pensador.
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