SER PAI
Ser PAI (não simplesmente o pai biológico ou de “sangue”) é transcender-se a si próprio na doação e no comprometimento maior pelo filho que por responsabilidade assumiu para si.
Ser pai é muito mais do que procriar. Ser pai não é só doar esperma, também não é somente ser um provedor ou um protetor. Ser pai também não é construir uma existência nova de si em seu filho e muito menos buscar se ver em seu filho, ou mesmo o que não se vê em si próprio, olho a olho, no espelho. Ser pai é saber que cada filho tem sua individualidade, sua unicidade, e sua característica própria de ser, de estar e de existir.
Ser pai é saber que o novo ser que responsavelmente prepara é livre, deve ser independente e capaz de agir por si próprio, deve ser liberto, natural e humano. Ser pai é buscar, por exemplos e compromisso, dotar o filho de coragem, racionalidade crítica, e percepção social e humana para seguir seu rumo neste mundo, e não o rumo que o pai desejaria que ele seguisse. Os planos de um pai devem terminar no preparo mental, humano e social de seu filho, nunca na doutrinação mental, nunca sob nenhuma forma de catequeses, para que por conta única de si mesmo, o filho, faça seus próprios planos, e os realize em respeito próprio, aos irmãos em espécie, e a toda a natureza, sem jamais se abster ou se alienar de uma ética natural e de uma justiça social.
Ser pai é amar em essência, não em posse e nem mesmo em troca. Ser pai é morrer um pouco mais a cada dia para que seu filho cresça e torne-se homem feito. O brilho do pai deve diminuir para que o do filho possa brilhar livre de contaminação, liberto de doutrinação. Ser pai não é olhar para seu filho como investimento de médio ou longo prazo. Ser pai é ter a certeza única de que seu filho é do mundo, e que o prepara para tal.
Ser pai é crescer junto com seu filho, é dividir com ele as experiências da vida, é multiplicar sua humanidade, e deixar-se sempre acessível para ajuda ou dúvidas.
Ser pai é atiçar no filho a curiosidade sobre tudo, pois é a curiosidade um dos motores naturais que movimenta o desejo de aprender, de conhecer, de buscar e de crescer mentalmente.
Ser pai é saber dar limites, saber ser exigentemente sensível sem perder a essência do amor racional, é saber ser amigo, ser confidente, ser íntimo e parceiro, sem permitir que alguma intimidade mal dosada estrague o compromisso de preparar seu filho para a emergência da vida.
Ser pai é amar no silêncio, é ter a vontade de ser um com seu filho, deixando que ele seja um unicamente com ele próprio.
Ser pai é entender que crianças são crianças, devendo ser tratadas como tal, devendo elas ficarem longe de catequeses, sejam estas religiosas ou seculares, idealistas ou realistas, místicas ou materialistas. Quando crescerem terão oportunidade de escolher seu próprio caminho. A mente de uma criança é uma esponja e deve estar livre para pensar livre de preconceitos, a criança deve aprender a buscar na curiosidade a vontade de tudo conhecer, cabendo ao pai apenas evitar riscos de vida ou mentais, desvios sociais, ou erros de humanidade ou de relacionamentos sociais desequilibrados ou desqualificados.
Ser pai é saber que a temporalidade da vida é um fato, que a morte é nossa única certeza, por isto ser pai é ter a consciência de que cada instante como pai é importante.
Ser pai é dizer continuamente do fundo da mente TE AMO FILHO(s).
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Sou um ateu racional e um livre pensador, ou melhor, eu sou um ateu que tenta ser (que se compromete a ser) racional e livre pensador.
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