Senso comum, um perigo, um risco, piorado com o uso do bom senso

O senso comum é algo perigoso pois que pode contaminar naturalmente nossa percepção da realidade, e ao longo do tempo enraizar-se como se verdade fosse, exatamente por “fazer-se” parecer algo verdadeiro. É necessário esforço, certa coragem, alguma ousadia, e um estado mental crítico e livre, para desafiar, não só cognitivamente, toda tentação de se deixar envolver, induzir ou seduzir por este senso comum, mas também para superar, muitas vezes nossas próprias crenças, construídas sobre este senso comum. Precisamos também de equilíbrio mental, força emotiva e honesto compromisso para com a busca da verdade, nos permitindo encarar, o muitas vezes desgastante desafio de analisar profunda e criticamente todo e qualquer senso comum, na busca de o desnudar e o desconstruir, até seus elementos estruturais, para que possamos desta empreitada, adequá-lo ou não, a realidade e a verdade, e mais coragem ainda para combate-lo, refutá-lo, e se for o caso, provocá-lo com escárnio, desmistificando-o ou mesmo desmoralizando-o, sempre que ele apenas represente interesses, muitas vezes disfarçado, mas nada alinhado a verdades finais. 

Porque refutar um senso comum pode ser algo incomodo? Primeiramente porque o senso comum tende a se enraizar em nós, como se fosse nosso próprio senso também, nos induzindo a pensar e a agir como coparticipes da visão de mundo que ele abraça e carrega, e em segundo lugar, porque ele pode e deve ter seduzido também nossos amigos, amores e conhecidos, fora toda uma multidão que tende a defende-los como correto e verdadeiro, porque também eles o percebem como parte de suas ideias, conceitos e visões deste mundo.

Muito cuidado com o senso comum e mais ainda em não confundir bom senso com verdade ou com o que deve ser feito.

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Sou um ateu racional e um livre pensador, ou melhor, eu sou um ateu que tenta ser (que se compromete a ser) racional e livre pensador.