Um pouco de mim 5 – Coletânea de microtextos publicados inicialmente por mim nas redes


Nem tão arrogantemente cheio de mim que não consiga sentir os outros, nem tão perdidamente fora de mim, cheio dos outros, que não consiga me sentir. Não entendam como defesa de um caminho do meio, não gosto desta solução que entendo fraca de lógica e de coerência, de buscar o caminho do meio, mas sim o de buscar, sempre -a cada instante o melhor caminho (eu sei que melhor é um termo complicado e aberto demais, entretanto aqui gostaria que ele fosse entendido como o mais humano, mais justo, mais possível, fugindo das utopias, mas também longe de meros interesses, longe de simples consenso ou de impossível perfeição, mas próximo de verdadeira vontade de encontrar um caminho comprometido com o humano, o social e o natural), e naquele caso é encontrar a capacidade de estar pleno de mim, sem abrir mão da sensibilidade humana pelos e com os outros, ou melhor, de ser sensível para com os outros, mas ter a mesma sensibilidade para comigo mesmo, não posso dar o que não tenho, mas também devo me lembrar que não posso ter o que já não mais me cabe. 


Por mais que eu gostaria de dizer que não me interessa o que você ou qualquer outra pessoa pensa de mim, isto não é verdade, no fundo me interessa sim, não para aceitar ou diretamente me preocupar com isto, mas toda visão externa, permite um ponto novo de vista, permite uma forma diferenciada de perceber o que sou, e assim me ajuda a rever toda e qualquer arrogante posição de que saiba muito bem o que sou e o que faço. A forma como me vejo pode ser distorcida, pode sofrer dos filtros do que gostaria de ser, e do que gostaria de como fosse pelos outros vistos, assim, a todo e qualquer momento, sempre existirão pontos de mudança possíveis, ajustes de rumo que posso buscar, ou mesmo a necessidade de desconstruir a visão que de mim mesmo criei. Não significa que aceite seu ponto de vista, mas deve servir de forma sincera, honesta, critica, social e humana para mais me criticar, para mais profundamente me racionalizar e me analisar... 

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Me soa engraçado, mas no fundo é triste e preocupante, como pessoas, e muitas, facilmente acreditam em pseudociências, revelações, falácias, no sobrenatural, mas duvidam, não acreditam, que o homem foi a lua, na eficácia de vacinas, na evolução, e por aí vai...

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Li de um amigo que devemos cuidar bem dos filhos porque eles são feitos de sonhos. Em qualquer interpretação que tente dar ao “eles são feitos de sonhos”, nossos ou deles mesmos, devemos amar, nos comprometer e respeitar nossos filhos por muito mais do que simplesmente isto. Eles são a emergência da vida que deseja ser plena em um ser plenamente humano, repito sempre, até para mim mesmo, que nossos filhos não são NOSSOS filhos, e sim filhos da emergência e da ânsia do viver. E mesmo assim, tenho obrigação lógica, crítica e sincera de não confundir os sonhos de nossos filhos, com nossos sonhos, que podemos acabar tentando imputar em nossos filhos através de doutrinações, catequeses, imposições ou induções. 

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Não se apresente como um charlatão de si mesmo, mais cedo ou mais tarde perceberão.

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A premência do presente, é ela mesma, única, real, essencial e natural. 

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Eu respeito a vida, toda espécie, pois que eu respeito a essência da vida, o salto biológico dado sobre a química e a física, sem jamais poder delas se separar. Eu respeito os animais, por isso, como animais que naturalmente somos, eu respeito os humanos (não todos, deixe-se claro), mas em geral a todos. Infelizmente, ou ainda bem que, eu não respeito a totalidade do estado social, político, econômico e corporativo que a sociedade (que enquanto agrupamento de irmãos em espécie me merece respeito), construiu, e direta ou indiretamente ajuda a manter e a mais ainda construir.

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Se você tem algo de bom para falar, fale logo, fale hoje, fale agora, amanhã pode já ser tarde, ele pode não mais existir para você, para mim, ou para quem poderia, deveria ou mereceria ouvir.
Se você tem algo de humano, natural ou socialmente bom para fazer, e pode fazê-lo, faça-o logo, faça hoje, faça agora, amanhã pode não mais ser possível fazê-lo.

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O problema não é só ler livros. O problema é que livros ler, e como lê-los! Há livros que encantam (como li a pouco), sim, mas cuidado, o encanto tanto pode ser benéfico quanto maléfico, tanto pode abrir nossa mente, quanto doutrinar, mentir, inventar, distorcer, tanto pode ser um livro que nos provoque a curiosidade, a busca, o conhecimento natural, como pode ser um livro que falseie as verdades, que omitam verdades, que estejam a serviço de pessoas, instituições ou sistemas cujo interesse seja o de domesticar, amedrontar, assustar, catequizar, ou padronizar pensamentos e atitudes. Ler é muito bom. Sim! Claro que é, entretanto, saber ler é muito importante. 

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Existem aqueles que contam os dias, existem os que simplesmente vivem, existem ainda os alienados que podem sequer saber que vivem ou o que seja viver, mas infelizmente existem aqueles muitos que apenas sobrevivem desesperadamente, abandonados, explorados, perseguidos ou esquecidos pela sociedade...

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Caio logo existo; sou atraído logo sou real; duvido, logo penso, logo sou...

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Caio logo existo, sou atraído logo sou real (vou passar a me utilizar deste jargão em provocativa oposição a “penso logo existo”, que abertamente entendo superficial ou incompleto, Descartes que me desculpe; apesar de ter bastante facilidade em aceitar o cogito “Penso, logo sou” que é bem diferente do “penso logo existo” e em especial gosto muito do “Duvido, logo penso, logo sou”). Isto é uma provocação, mas com fortes pinceladas do que e do como penso, apenas para demonstrar o que se entende por universalidade do campo gravitacional. Todo corpo atrai e é atraído por outro. A interação gravitacional é algo democrático no sentido de que todo corpo material ou energético, já que energia e matéria podem ser vistas como siamesas e conversíveis entre si, e parece ser mais democrática ainda porque atua igualmente em ambos os corpos, independente da massa associada a cada um, a reação aparente pode ser diferente, pois que a inercia dos corpos podem ser diferentes. A gravitação seria assim algo universal, implicando que nenhum corpo material e nenhuma forma de energia estão isentos da interação gravitacional. Cabe comentar que o campo eletromagnético não possui esta característica natural de universalidade de atuar sob qualquer corpo, partícula ou energia. 


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Me perdoem os que pensem em contrário, mas me reservo o direito de deixar claro que não devemos respeitar todas as opiniões não. Devemos respeitar as pessoas humanas que as tem, e mesmo assim, tenho fortes propensões a dizer que algumas pessoas não merecem sequer o respeito como seres humanos. As opiniões não possuem estado algum de merecerem, a princípio, respeito. É inaceitável ou mesmo repugnante para mim, imaginar que devo respeitar ou aceitar opiniões desumanas, mentirosas, vis, e por aí vai. Devo sim, desqualifica-las, repudiá-las e desconstruí-las (aquelas vis) com toda a força humana, social e natural que tiver, e mesmo as outras opiniões podem e devem ser esquadrinhadas, observadas, pensadas e analisadas em profundidade. Nenhuma opinião, e mais claramente ainda, nenhuma ideia, conceito, crença ou padronização social, merece respeito por si só, todas estão abertas a críticas, desconstruções, repúdio, e algumas até mesmo ao escárnio.
PS: Acrescentaria que: (devo educadamente tentar despersonificar as ideias e opiniões enquanto as crítico e analiso (não devo parecer analisando a pessoa e sim a opinião e a ideia), devo sempre tentar manter uma postura honesta respeitosa e amorosa, mas não com a ideia ou a opinião, e sim, com o interlocutor e comigo mesmo, mas mesmo assim, dependendo do quão radical, fundamentalista, fanático ou arrogante seja o interlocutor, posso e devo também desqualificá-lo, enquanto pseudo autoridade de saber algum).

PS1: Eu gostaria apenas de reafirmar que esta postura deve, e tem de ser, plenamente válida para mim também. É lógico, claro e deve ser evidente, que toda e qualquer opinião, conceito ou ideia que eu defenda deve e tem de estar totalmente aberta a críticas, análise, a desconstrução e se for o caso ao escarnio

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Até os sentimentos, as emoções, ou o pensamento podem se tornar um fardo pesado demais para carregar, quando falta coragem, ousadia, vontade e compromisso. O peso que você sente, muitas vezes, reflete, e é reflexo, em muito, daquilo que você realmente é.

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Que a gente aprenda a necessidade e a paciência do esperar, que nunca o confundamos com a esperança, e que, em sendo possível, tenhamos a capacidade de perceber quando é perda de tempo. 

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Desculpa a muitos que assim pensam. Seu verdadeiro amor não é quem te completa, ela ou ele não é figurinha para completar sua coleção, nem peça de quebra cabeça. Seu amor não é o que falta em você, ela ou ele não são nem o que falta e muito menos o que sobra em você. O seu verdadeiro amor é aquela ou aquele que passado a paixão, o fogo do encantamento, a reação exotérmica da sedução, continuam te transformando a cada dia, e que não te fazem sentir saudades nenhuma da paixão, do encantamento, da sedução, pois que vocês souberam construir aquele novo amor, não mais fogo que consome, mas sim energia que reconforta e alimenta (reação endotérmica), não mais sedução que enlouquece, mas sim emoção e sentimento que harmonizam, que sensibilizam e que humanizam... 

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Se você não percebe e não constrói o seu valor, você tenderá a acabar desvalorizado pelas mãos e pelas mentiras daqueles que te querem por baixo, derrotado ou submisso.

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Sagrado deve ser aquilo pelo qual estamos dispostos a morrer, a dar a nossa vida, nunca, jamais, o sagrado é aquilo pelo qual tiramos vidas, mutilamos vidas, perseguimos vidas, exploramos vidas, segregamos vidas, ou impomos padrões de vida. O sagrado há de ser algo natural. 

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Não perca seu tempo falando aos outros quem você é; demonstre, haja, seja.
Não perca seu tempo comentando com os outros quem você deveria ser; ouse-se, movimente-se, transborde-se, transforme-se.
Não perca seu tempo tentando convencer aos outros que suas atitudes, seu comportamento, suas ideias e pensamentos têm uma coerência, uma honestidade, um compromisso, um objetivo, que elas tem princípios humanos, sociais e naturais; simplesmente respeite-se, comprometa-se, lance-se, mova-se, construa-se, e continue agindo, observando, refletindo, e ajustando seu rumo. 

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Eu sei que talvez nunca consiga ser tudo o que quero (a despeito de muitos que dizem o contrário), mas me nego o direito e me imponho o dever de ser pelo menos tudo o que posso, desde que alinhado ao que queira e ao que deva. Querer o impossível é loucura ou alienação, mas mesmo querer o possível, não é garantia de se conseguir, a realidade não depende de apenas da gente, ela tem muito de caótica, mas ser o que realmente se possa, a cada hora, a cada instante, é algo de que não se deve abrir mão. 

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Não obstante toda vontade de ser e de tentar, em verdade, muitas vezes esta vontade não brota e transborda como uma vontade de ter vontade de fazer e de se ousar na busca real de alguma transformação, e não passa assim de uma simples vontade de ser e de tentar.

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Sempre é tempo de aprender, de buscar, de ousar, de tentar, de se comprometer, de ser um agente de transformação, de tentar fazer alguma diferença, de construir, de se revoltar...
Nunca é tarde para aprender, para buscar, para ousar, para tentar, para se comprometer, para ser um agente de transformação, para tentar fazer alguma diferença, para construir, para se revoltar...
Viver é aprender, é buscar, é ousar, é tentar, é se comprometer, é ser um agente de transformação, é tentar fazer alguma diferença, é construir, é se revoltar...
Sempre é tempo, porque nunca é tarde, para viver...




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Sou um ateu racional e um livre pensador, ou melhor, eu sou um ateu que tenta ser (que se compromete a ser) racional e livre pensador

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