Limites
Não gostamos dos limites, especialmente quando estes se interpõem entre nós e os nossos desejos, ou quando estes impactam nossos interesses, em contrapartida exigimos os limites, quando estes podem se interpor frente aos desejos dos outros que são incompatíveis com os nossos desejos ou nossos interesses.
Dois pesos e duas medidas. É assim que muitos de nós nos comportamos. Tudo que atenda nossos interesses, desejos e possibilidades, parece ser permitido, deveria ser permitido. Para que limites, se o que desejamos, conforme nossas próprias medidas, parece ético e humanamente natural? Que culpa tem alguém se os outros é que não estão abertos aos seus desejos? Limites! Para que limites, quando estes atrapalham o que queremos? Entretanto, tão logo os desejos dos outros se contrapõem aos nossos, e estes mesmos outros estão próximos a conseguirem o que desejam em detrimento aos nossos interesses, bradamos abertamente pelos limites. Cadê os limites? Como não foram dados limites, legais, éticos ou filosóficos aos outros, que estão conseguindo o que querem, retirando de nós a chance de atender nossos interesses e desejos. Somos assim, normalmente advogamos em causa própria, ou no máximo em causa dos nossos: nossa família, nossos amigos, nosso grupo, nossa população, nossos aliados, nossos irmãos em crença ou em nacionalidade. Somos “segregadores” por definição, nossas religiões assim o fazem, nossos interesses assim o fazem, nossos preconceitos assim o fazem. Cadê os limites que os coloquem nos lugares deles? Porque os limites ousam se interpor entre os nossos?
Afinal, não gostamos dos limites, ou será que os desejamos? Depende apenas de que lado estamos.
Para que limites? (Quando nossos interesses estão sendo limitados). Cadê os limites (apenas para os outros, quando nossos interesses estão sendo prejudicados pelas ações dos outros).
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