Tales de Mileto

Tales de Mileto (por volta de  640 – 546 a.c.). É por alguns identificado como o primeiro filósofo e “cientista”, no ocidente, conhecido. Tales de Mileto apresentava, na época, e para a época, uma maneira diferenciada, nova, para se tentar compreender o mundo natural, ele olhava com olhos de novas perspectivas. O mais importante, Tales não recorria ao animismo para justificar os fenômenos e os fatos. Ele não defendia, como de costume, que chovia porque o deus da chuva assim o queria, ou porque estivesse zangado, o mesmo raciocínio para as coisas do mar, que assim o seria porque os deuses assim o queriam. Ele buscava explicações naturais e fugia do animismo. Mas o que de mais revolucionário tales apresentou, foi uma forma de pensar o mundo, ele fez a afirmação de que o cosmos era algo que a mente humana poderia entender, bem audaciosa para a época, e mesmo hoje em dia para muitos. Ele foi espetacular na previsão de um eclipse para 585 a.c., que ocorreu. Tales direcionou e dirigiu nossa intelectualidade para o caminho da reflexão sobre o modo como as coisas operavam, funcionavam. Uma senda que continua sendo trilhada por muitos ainda hoje, que bom.


Tales cometeu erros enormes, mas pelo menos tentava. Ele acreditava que a água era o elemento primordial de tudo. Foi o fundador da escola Jônica. Ele é considerado aquele que deu início a corrente de pensadores físicos, pensadores (filósofos) que buscavam entender o natural pela “physis”, que significava a própria natureza englobando o sentido de origem, movimento e transformação de todas as coisas. Ele buscava um sentido de unidade que envolvesse todas as coisas abandonando as explicações religiosas que eram norma na época, tentando em seu lugar uma razão e uma observação na busca de um sentido para tudo, para o universo. Cria alguma confusão, pois que algumas vezes Tales argumentava que as coisas estão cheias de deuses, ou mesmo que o magnetismo ocorre em decorrência de almas dentro de certos minerais, mas Tales não chamava de deus e alma, os deuses ou almas religiosas, e sim a presença de fenômenos naturais inerentes a própria matéria, dando aos nomes deus e alma foco material. Muitas, ou praticamente todas as conclusões cosmológicas de Tales estavam erradas, mas o que importa foi a ousadia de pensar fora do esquema comum, foi o iniciar de uma nova forma de pensar e encarar o mundo.

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