Responsáveis

Seriamos nós, todos por todos, responsáveis pelo zelo, pelo cuidado e pela dignidade de vida de nossos semelhantes? Independente da resposta dada a questão anterior, deveríamos ser? Caso expandíssemos a questão a todos os seres vivos, deveríamos nos responsabilizar por eles, e pelos seus nichos ecológicos? E pela natureza como um todo?

As respostas acima, se sinceras, pensadas e repensadas, perpassadas por uma análise crítica individual, consciente (pelo menos até onde a consciência seja possível) e profunda, acaba por falar muito sobre nós, e pode falar sobre o status de nossa sociedade e da realidade local e global. Podem parecer pequenas respostas, mas podem nos dizer o quanto nos sentimos, se nos sentimos, responsáveis e/ou parte (direta ou indireta) das causas e da complexa situação, do todo, em que estamos imiscuídos.


Por favor, não me entendam mal. Sim, é uma provocação, mas uma provocação para nos fazer pensar e sentir, ou melhor, para nos fazer ver como realmente pensamos ou nos sentimos como parte deste todo, entretanto, não obstante as respostas acima, “sins” ou “nãos” a todas, ou “sins” e “nãos” distribuídos a cada uma, continua faltando pelo menos uma provocação final. Uma coisa é o que pensamos, é o que gostaríamos, é o que intelectualmente respondemos, ou o que falaciosamente nos enganamos em nossas respostas, mas a provocação faltante é: E os nossos atos? E o nosso comportamento? E o nosso legado de exemplos, de obras e de atitudes? O quanto são eles aderentes as nossas respostas? A cada sim respondido anteriormente, nossa postura individual e coletiva é coerente com as respostas? Ou será que temos um comportamento mental, intelectual, no mundo das ideias, como que um mundo ideal, mas na prática do dia a dia, na realidade do realizar nosso viver, do atuar como ente real do complexo existir, somos diferentes? Pensamos ou até mesmo defendemos mental, intelectual ou semanticamente uma posição, mas realizamos outra diferente?

Será, por acaso, que nos responsabilizar por irmãos em espécie, pela vida e pela natureza atrapalha nossos interesses, ou de uma forma menos rude, atrapalha nossos propósitos, nesta passagem, que é única, por este mundo? Será que nosso propósito (se existe algum) seria produzir e consumir? Seria conseguir riqueza e/ou poder? Ou seria, de forma simplista, errada, talvez intencionalmente colocada para induzir, confundir, que nosso propósito seria algo como algum desígnio biológico de simplesmente competir e vencer, ou mesmo apenas sobreviver e nos reproduzir? 

Será que nossa passagem por aqui justifica ou é justificada, para e pelo, egoísmo e pelo individualismo?

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