Ilusão
Crer que realizamos plenamente nossa humanidade, que somos de todo bons, que praticamos de forma livre e absoluta o livre arbítrio, ou que somos o patamar maior de alguma criação ou da própria evolução, nada mais que ilusão. Entendo que muitos não concordarão comigo, que bom, mas da mesma forma que me provoco a pensar o contrário, pense também, depois você pode continuar não concordando, ou passar a somar no como penso. Não sou dono de verdade alguma, mas lembre-se, você também não é, assim, provoquemo-nos e ousemos pensar fora do que necessariamente cremos.
Iludidos, românticos, cegos ou deslumbrados, são aqueles que mesmo tendo toda a realidade para observar o que somos, e a sociedade que criamos, ainda persistem pedante e arrogantemente acreditando sermos dignos seres humanos, onde realizamos plenamente nossa humanidade, onde transpiramos amor e irradiamos dignidade. Apenas por uma simples observação, já podemos ver como acabamos por ser maus, coniventes, ou simplesmente omissos, o que por definição inviabiliza nossa prepotente visão de éticos, dignos, humanos, perfeitos, fraternos e capazes de verdadeiramente amar em todo seu potencial. É sob esta mesma ilusão que muitos ainda se creem donos absoluto de seu existir, capazes de praticar plenamente também o livre arbítrio, quando no máximo podemos, superficial e pontualmente, interferir em nós mesmos. Agora o mais hilariante (pelo menos para mim) é perceber quantos de nós ainda se veem como referência para a medida de tudo, que veem o homem como uma espécie de criação superior, onde a perfeição se reflete em nosso plano biológico e mental, e para os quais tudo o que existe foi criado para nosso usufruto.
Me revolta a mente perceber como nos falta, a muitos, humildade para vermos como frágeis nós somos, sensibilidade para sentir a dor dos outros, coragem para perceber como imperfeitos mental e biologicamente somos, e também (não limitados unicamente a isto) como nos falta entendimento para perceber como a vaidade, a prepotência e a maldade ainda batem forte em nosso existir.
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