Morremos
Morremos todos, politeísta, monoteístas, teístas, deístas, panteístas, agnósticos ou ateus. A morte não faz seleção de credo, cor, raça, situação social, ou mesmo de descrença. Morreremos todos, basta estarmos vivos. Nunca, em tempo nenhum, a morte abriu mão de seu domínio absoluto, ela reina e sempre reinou sobre todos. Ao nascermos somos carimbados pelo seu poder absoluto, cabe apenas e tão somente esperar, ela virá, ela veio para todos, guerreiros, deuses homens, profetas, marginais, místicos, religiosos, seculares, nunca houve um, apenas um, que servisse de exceção ou contraprova. Não há poder, terreno ou místico, não há fé ou abandono, não há pedido, oração ou mesmo revolta que afastasse a danada da morte. Não há riqueza, fama ou poder que faça ela nos “esquecer”. Não há saber, conhecimento, ciência, imanência ou transcendência que nos isole dela. Não há ceticismo, idealismo ou materialismo que a mantenha a distância. Ela nos espreita sorrateira, anônima, fugaz, mas o dia chegará em que cada um dos viventes sucumbirá a ela. O mais estranho para mim é que a morte já chegou para um número quase “infinito” de seres humanos, mas ninguém jamais a experimentou verdadeiramente, enquanto vivo posso experimentar a dor do medo de sua chegada, posso experimentar a dor física que pode me levar a ela, mas enquanto vivo ela jamais será sentida, depois de morto já nada mais sou para experimenta-la também. A morte, esta eterna desconhecida, somente conhecida pela certeza que a realizaremos enquanto vivos, nos é ao mesmo tempo estranha e tão presente. Morreremos todos, queiramos ou não, aceitemos ou não, cabe-nos então apenas realizar a vida com o máximo de força, coragem, ousadia e amor, uma única vida, uma única chance, uma única certeza, desta vida não passarei, e nela perecerei...
Para terminar uma frase adaptada do que eu li em algum
lugar: “Nascemos sem pedir, e a maioria das vezes morremos sem querer, que tal
aproveitar o breve período de vida, com respeito, compromisso e dignidade
humana...".
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