Evolução
Vários pensadores dos séculos XIX e XX acabaram, erradamente, concebendo a evolução da vida, atribuindo a esta evolução um sentido, uma direção, um caminho que apontaria para uma crescente perfeição, como se ela tivesse como regra ou princípio, uma tendência natural para algum progresso. Com esta distorção, da natural evolução, muitos de nós acabamos dividindo a evolução como se ela progredisse dos seres “mais simples” para os “mais complexos”, como regra natural da evolução, como se caminhasse dos mais distantes para os mais próximos do homem (nos colocando como medida natural de perfeição e do “progresso” da evolução), dividindo enfim a vida, os seres biológicos em organismos inferiores que caminharam pela evolução em marcha contínua para os organismos superiores. Eu gostaria de colocar minha visão, como sendo diferente desta anterior, que infelizmente encontra terreno fértil na falsa ciência, na pseudociência, e no senso comum. Entendo claramente que a evolução não possui nenhuma forma teleológica de ser, assim desejando afirmar que entendo que na natureza, na evolução, ou melhor que na natureza, a evolução, não visa nenhum fim determinado, nenhum alvo a ser atingido, ou nenhuma busca por perfeição, por algo melhor, ou por progresso algum, a evolução não tem vocação natural para o melhor, para o mais perfeito, não possuindo intencionalidade alguma, ou foco no chegar a algo superior, ou a algo de maior progresso, e encontro isto desde as leituras do grande Darwin. “As espécies vivas não objetivam progresso algum; os indivíduos ou as populações de quaisquer espécies “buscam” (se é que se possa aqui usar esse verbo), antes de tudo, alguma forma de sobreviver, de reproduzir e de deixar vivos seus descendentes...”. Foi a prepotência humana quem inventa tal perspectiva e “mede” a evolução das espécies com a régua que nos coloca como destino da grande e maravilhosa caminhada evolutiva, como o estado da arte da perfeição biológica, como podemos ser tão ignorantes...
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