Sinto
Sinto que caminho a passos extremamente curtos e lerdos
quando o assunto é a revolta contra as mazelas que sufocam a dignidade humana.
Sou um irresponsável quando compactuo com o estado de abandono social a que
abandonamos, como rejeitados, como lixo, como rejeitos, como sobras, ou como
doentes contagiosos, uma parcela enorme de irmãos em espécie, e para piorar, ainda
os culpamos pelas mazelas que vivem, como se responsáveis fossem,
principalmente porque falaciosamente retiram de nós a parcela de culpa pela
miséria alheia. Sou um fraco quando não reajo ativamente contra o estado de
segregação que divide humanos em dignos e indignos, de inclusão social.
Desta forma, deveria me sentir como um verme social, e ter
vergonha de me expor como humano. Tento muitas vezes me enganar, distribuindo
parte do “peso”, dizendo para mim mesmo que ninguém faz nada para mudar, mas
desde quando para que eu assuma minha responsabilidade e atue como
transformador, ou como revolucionário social, necessito de que os outros andem
comigo de braços dados. A conivência, por detrás da qual me escondo como vítima
da sociedade, é culpa somente minha, não importando para tal as atitudes de
terceiros.
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