A miséria corrói a sociedade
A miséria corrói a sociedade
Desumaniza lentamente os miseráveis
Retira importância à vida
Implica em perda do sentido de humanidade
Foca erradamente o valor humano
No pessoal
Na riqueza e nas posses
No poder e na autoridade.
A grandeza de um homem
Não deve estar em si próprio
E sim na coesão social
Que consegue criar.
Quando o brilho de um homem
Reluz a si próprio
Falta a este homem humildade
Pois que a humildade reluz
O social, e não o pessoal.
A grandeza de um homem
Nunca está no brilho pessoal
E sim na capacidade humana de transformação
Por uma inclusão social, a mais plena possível.
Quando o brilho de um homem
Reluz sua própria vaidade de ser
Já ofuscou sua mente
Pois que a humildade sempre retira de si qualquer brilho
E o foca no todo, nos outros
Naqueles que a própria sociedade lhes restringiu brilho algum.
A mesma sociedade que crê no amor como sendo algo divino, é aquela sociedade que segrega, que exclui, que persegue, que explora, que destrói, muitas e muitas vezes, em nome deste próprio absurdo de amor divino. A mesma crença que acaba por levar a muitos de nós a acreditar que somos imagem e semelhança de um deus, é aquela que para justificar este deus, acaba por segregar, e nos faz beligerante frente a outras crenças, frente a outros deuses, frente a outros descrentes.
Aqueles mesmo que acreditam terem um motivo divino para passar por esta vida, são também, muitos deles, aqueles que, em geral, por esta mesma crença, minimizam a miséria (miséria esta que corrói a sociedade) que afeta muitos, como uma escolha, como incompetência, como “(des)meritocracia”, ou mesmo como uma benção aos miseráveis, que mais facilmente serão abençoados, por aquele deus.
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