Consenso e verdade
De início é importante que descolemos a ideia de consenso com a de vitória, com a de convencimento puro e simples, com a da ideia do desejo da maioria (consenso nunca foi ditadura da maioria). Consenso deve ser entendido como convencer sim, entretanto com racionalidade, com argumentos lógicos, com análise crítica, consenso seria chegar a um acordo, com o pleno, lógico, racional e crítico entendimento e compreensão...
É natural que um consenso obtido de forma racional e crítica, envolto em todos os cuidados epistêmicos, com análise racional, e estruturado em uma aura de liberdade profunda, livre de dogmas, e fundamentalismos, tenda a nos mostrar alguma verdade, algo de verdadeiro, ou a melhor interpretação para o pressuposto subjetivo do real.
Mas verdade também é que nem todo o consenso leva ou pode levar a uma verdade, mas, de novo, um consenso obtido dentro da racionalidade crítica e analítica tende alguma verdade, desde que seus participantes possuam meios, competência, vontade, desapego, honestidade, e conhecimentos para discutir, criticar, refutar, e aprender mutuamente, antes de fecharem o consenso, tendo em mente que consenso não é ser vencido, e sim ser convencido por argumentação lógica e racional, não é ceder muito menos é impor, é sim se satisfazer com o aprendido, não simplesmente aceitar, mas ser parte ativa da resposta, cedendo por refutação, e convencendo de forma o mais objetiva possível, e sendo também ajudado por refutações lógicas, críticas e analíticas.
Falar sobre verdade(s) é algo bastante complexo e polêmico, e não me enveredarei por este assunto neste texto, até mesmo porque não é esse o foco deste. Entendo eu que não é por ser verdadeiro que um consenso racional, crítico e lógico se faz, mas sim, e mandatoriamente, que o correto a se interpretar neste caso é que por serem verdadeiras as argumentações críticas, lógicas e racionais, o consenso é assim naturalmente conseguido, desde que seus membros estejam participando de mente aberta, desejando obter um resultado maior do que aquele que seria possível se estivessem analisando individualmente, sozinhos. A sinergia sincera da busca de um consenso, por um grupo honesto, onde a sinergia do conhecimento, respaldada pela vontade e pelos conhecimentos mútuos, estruturada de forma racional, analítica, lógica, e crítica, se faz espontaneamente presente. É importante, e por isto eu aproveito aqui para reforçar, que em toda discussão, negociação, estudo, análise ou estado de busca crítica, lógica e racional, é essencial o ponto equilibrante de uma amor sincero, de um bem querer geral, e de uma sensibilidade humana e social premente, ou poderemos estar fadados a nos enveredar por uma estrutura ditatorial da razão. Eu creio que é mais fácil falar do que aplicar a estrutura acima, somos humanos e somos tomados por vaidades, preconceitos, tentamos assim muitas vezes defender nossos interesses pessoais ou corporativos, e em certa medida acabamos sendo petulantes e arrogantes, tentando impor nossa visão e não simplesmente buscando a verdade por detrás dos fatos e argumentações, e assim perdemos muito da objetividade desta busca. Mas uma postura científica séria acaba sempre ajudando muito, e homens sérios acabam entendendo que a verdade (mesmo que incompleta) é sempre um bem maior que seus interesses ou preconceitos. Isto se faz de várias formas, mas é natural que durante o processo, as justificativas, as críticas, e em especial as refutações e as afirmações acabem por resistir logicamente às análises e as tentativas de refutações, uma vez que conscientemente a verdade, ou parte grande dela é o alvo a ser perseguido de livre vontade por todos.
Para que isto seja possível, devemos no início e no decorrer das argumentações, eliminar todas as posições fundamentalistas, e devemos ainda abrir total direito a todas as réplicas e a quaisquer tipos de análises críticas.
#ateuracional
#ateuracionalelivrepensar
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