O fanatismo
O fanatismo, de qualquer fonte ou origem, e o fundamentalismo, são males que se enraízam e nos absorvem lenta, mas continuamente. O triste é que parece existir uma certa proibição para que estes assuntos sejam discutidos aberta e racionalmente. Parece proibido discutir os fundamentalismos e os fanatismos de forma clara, por uma espécie de medo ou receio de ofender os fanáticos e os fundamentalistas. O fanatismo, não excluindo destes, os de cunho seculares, reforçados pelo fundamentalismo religioso ou místico, possui um poder maléfico tão sujo que é capaz de fazer com que pessoas boas se transformem em pessoas más, que se acreditam , ilusoriamente, como que pessoas do bem, fazendo o bem, mesmo que fazendo abertamente coisas sujas, injustas do pondo de vista social e da plena dignificação da vida, além de imorais, eternamente se auto justificando como sendo meios válidos para o alcance de um pseudo bem maior...
A centelha do fanatismo reside em todos nós, inclusive e não menos, em mim mesmo, ninguém é completamente imune a ela, apenas a razão, o estudo, o ceticismo, podem, parcialmente que seja, nos imunizar contra ele, e sabedor disto vivo me policiando e estudando a vida, observando o viver e em especial o meu viver, buscando na racionalidade e na análise crítica evitar que ele cresça. Crer é necessário, posto que nos é impossível conhecer tudo, entretanto crer contra fatos, contra a lógica ou contra a racionalidade básica, é um claro sinal de fanatismo...
O fanatismo ou o fundamentalismo caminham atrelados a vaidades múltiplas e presunções políticas místicas e sociais, e tão logo aqueles fanáticos ou fundamentalistas cheguem ao poder, por se acharem donos da verdade, se verão como fiel depositários da justiça, da ética e do humano, e inquestionavelmente implantarão um estado de governo que seja réplica, imagem ou sustentáculo de seu fanatismo ou fundamentalismo...
A História tem sido mestra nesta demonstração, não sendo necessário quase nenhum esforço para perceber os estados fanáticos/fundamentalistas que se formaram ao longo do tempo, sejam estes de interesses cristãos, muçulmanos, comunistas, nazistas, fascistas, étnicos ou quaisquer outros que envolvam fundamentalismo/fanatismo secular ou religioso...
Feliz ou infelizmente somos pessoas múltiplas e complexas, de várias “entidades” mentais, e sempre convivemos na solidão de nós mesmos, com seres mentais pessoais de índoles variadas e movidos por interesses pessoais, medos ou sonhos, além de seres mentais agarrados à fraqueza da esperança, e donos de uma certeza inquestionável, a de que nossos interesses são sempre os melhores possíveis (??? brincadeira)... Santa ingenuidade...
Cabe-nos buscar no mix, racionalidade e amor, crítica e empatia, o ponto equilibrante para a realização de nosso viver humano e social, e encontrar a liberdade sem libertinagem, os direitos com os devidos deveres, a liberdade responsável, o pessoal dentro do social. Racionalidade sem amor pode levar a ditadura do conhecimento e a frieza de uma existência meramente tecnológica. Amor sem racionalidade leva a um estado de espírito fraco onde proliferaria uma tendência ao fanatismo e ao fundamentalismo. O Amor racional, ou um estado de racionalidade amorosa nos permite buscar aquele ponto equilibrante onde podemos humana e socialmente realizar a dignificação do nosso viver dentro do respeito à vida em toda sua plenitude e variação, com deferência total a natureza...
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