Acreditar

Texto inicialmente publicado no ano de 2011

Infeliz do homem que não possui um que de cético. Acreditar em tudo é se perder no nada. Duvidar de tudo é doentio. Para acreditar é necessário um mínimo de racionalidade crítica. Acreditar em revelações ou simplesmente por que foi colocado por “autoridades” é cair na falácia do mais fácil, é deixar-se facilmente poder ser iludido. Para crer é necessário muito mais do que uma fé cega, que pode facilmente levar ao fanatismo e ao fundamentalismo, é necessário compreensão mental, compromisso com a busca da verdade, ou em caso contrário, nos fica totalmente impossível separar o joio do trigo, e desta forma, sem honesta, sincera e comprometida busca pela verdade e pelo saber, acaba como que se todos pudessem ter o critério de pautar suas vidas sobre quaisquer crenças, mesmo as que excluem e segregam, as preconceituosas, as repressoras, e as crenças sem respaldo algum com o social, o humano e o natural. Sempre haverá profetas, reveladores e autoridades do saber, doutrinadores, isto tem sido lugar comum em todas as religiões, mas tem sido também utilizada por políticas escusas, por interesses reprováveis, e por simples busca de poder, de riquezas e de fama.

Podemos crer? É claro que sim. Aliás todos temos algum nível de crença posto que nos é impossível tudo saber. O que importa é que nossa crença seja lastreada por possibilidades factíveis, por suportes críticos e minimamente lógicos, racionais, humanos, naturais e possíveis, que esta ou qualquer crença não inviabilize a verdade científica e que em seu final dignifique a vida, o homem e a natureza, e que não segregue a sociedade em meus e deles.

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Sou um ateu racional e um livre pensador, ou melhor, eu sou um ateu que tenta ser (que se compromete a ser) racional e livre pensador