O amor paixão é tão forte
O amor paixão é tão forte, que leva os que nele estão mergulhados a um grau de entusiasmo e desejo que supera em muito nossos regulares sentimentos e emoções, sendo reflexo de um processamento neural bem focado, atuando fortemente em nosso estado emocional, nos centros de recompensa e afins, nos levando a perda de parte, e eu ousaria dizer, de boa parte, de nossa racionalidade, que nos leva, de certo modo, a uma condição até difícil de se fazer comentários imparciais quando nossa(o) amada(o) está envolvida(o), entretanto vai mais além do que isto, dificultando comentários críticos ou racionais sobre outros assuntos, tornado estes comentários ou esta análise crítica no mínimo parcialmente afetados. Quem já não ouviu, ou mesmo já não falou, que a paixão “embobece”, que fulano está bobo desde que se apaixonou? Neste estado de ser, parece que desligamos filtros mentais que normalmente estariam ativos, e assim perdemos até mesmo a capacidade de perceber atributos indesejáveis em nosso próprio relacionamento, e mesmo na pessoa que amamos apaixonadamente, e mesmo quando os percebemos, retiramos muito do seu valor e importância, diluindo seu peso, e acreditamos piamente, como que desejando nos convencer, que poderiam ser piores, que não são de todo ruins, e que “com certeza” eles melhorarão e desaparecerão, ao longo do tempo, graças ao amor (que na verdade é paixão) que nos une, ao mesmo tempo em que supervalorizamos os atributos bons, e que mesmo assim, estas qualidades boas continuarão a crescer cada vez mais, até que o amor que sentimos chegue cada vez mais perto da perfeição, do ideal, como se a paixão tivesse, ela mesma, pela sua própria força, a capacidade de sempre e continuamente melhorar o relacionamento em si e a pessoa amada. Desta forma, o julgamento imparcial se perde, ou fica bastante afetado, apesar de nada percebermos desta situação. O envolvimento mental da paixão é tão forte, que a imagem pictórica do ser amado parece dominar tudo, em especial no tocante ao próprio alvo da paixão, e assim a imagem corporal, em especial do rosto, ou de porções outras que ajudam a incendiar ainda mais a paixão, parecem ganhar várias ordens de grandeza adicionais, em relação a todo o resto que nos cerca ou envolve, mesmo ao conteúdo humano, intelectual, de princípios e de valores, da pessoa que nos serve de gatilho, alvo e combustível para a paixão que experimentamos. É claro que o termo paixão e partes variáveis de seu envolvimento, podem ocorrer não necessariamente em relação ao amor apaixonado por um outro alguém, mas pode também ocorrer em relação a coisas, ou a interesses ou admirações por um ideal, causa ou atividade, sendo uma emoção intensa e convincente, que pode nos envolver sobre praticamente qualquer coisa, entretanto este texto foca apenas no que chamo de “amor apaixonadamente romântico”. Sem ofensa qualquer ao termo, na paixão, é como se o ser amado passasse a ser maior que tudo, e de alguma forma, até mesmo como posse, fosse ele uma espécie de boneco, uma casca fantasma, ou mesmo uma imagem criada por nossa imaginação mental, onde sua imagem corporal passa a nos acompanhar, a nos efervescer por dentro, a nos deixar mais felizes e realizados, apenas porque a sua imagem está como parte principal de nós mesmos. A paixão, naturalmente, cria uma necessidade maior de proximidade, cria um sentimento da necessidade de maior entrelaçamento, e forja mentalmente um status de maior confiança no outro, muitas vezes levando a apaixonados a se abrirem muito além do que o outro mereceria, nos levando via de regra, a baixarmos nossas defesas, a abrirmos nossa guarda, a relegarmos nossas naturais e corriqueiras estratégias de defesa. Pessoas mal intencionadas sabem muito bem fazer uso desta condição. Não é por menos que percebe-se o desligamento, a desativação, ou a brusca redução de atuação em áreas do cérebro, coincidentes com as observadas durante a excitação sexual e o orgasmo, e ficamos, exatamente como naqueles estados de excitação, livres de maiores medo, a não ser o da própria perda da paixão. A emoção sexual, a mente excitada ou em processo de prazer sexual e gozo, é um estado mental o mais próximo possível, talvez, da plena união de corpos e mentes que muito desejamos, e também alcançamos este estado no amor apaixonadamente romântico.
Por tudo isto e muito mais, o amor apaixonadamente romântico inicial, geralmente nos leva, de corpo e alma mental, a criar uma imagem enganadora de nossos sentimentos e da pessoa amada, podendo em casos mais marcantes ser até perigoso para alguns, mas apesar de tudo, quem já sentiu o turbilhão de uma paixão, sabe que é muito prazeroso, e assim, repetirei uma frase de um texto já postado: “Agora tenho que ser sincero, uma paixão é algo muito forte, e que quando migra para o amor, se completa e faz valer a pena cada instante de loucura, de apaixonada vontade de ser um com nossa(o) Amada(o). Arlindo Alberto P Tavares - O amor paixão não somente é cego, mas também é de uma imaginação fantástica
http://www.ateuracional.com.br/2016/12/o-amor-paixao-nao-somente-e-cego-mas.html ”.
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Sou um ateu racional e um livre pensador, ou melhor, eu sou um ateu que tenta ser (que se compromete a ser) racional e livre pensador.
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