Darwin e uma de suas primeiras brilhantes frases: “Cada variedade é constante em sua própria ilha”

Uma frase simples, talvez escrita sem perceber o alcance final que ela teria em sua jornada, foi escrita por Darwin, em pleno alto mar, em uma jornada longa entre as ilhas galápagos e o Taiti. Assim que zarpou das ilhas, Darvin, de sua cabine a bordo do Beagle, minucioso como ele era, deu logo início a uma análise sistemática e meticulosa dos corpos das aves que coletara. Ele rapidamente percebeu que cada subtipo era marcadamente distinto do outro, e que cada um era endêmico de uma das ilhas. Com isto, ele rabiscou uma das mais importantes frases científicas de seu estudo: “Cada variedade é constante em sua própria ilha”. E se perguntava: Seria este padrão válido também para outros animais, por exemplo as tartarugas? Será que cada ilha possuía, por algum motivo, seu tipo exclusivo de animais? Darwin tinha sua genialidade instintiva em buscar e descobrir padrões dedutíveis a partir da ordem subjacente a todo o mundo biológico. Crescia de vento em popa a curiosidade pela resposta a seguinte pergunta: “Porque, raios, os seres vivos são organizados desta maneira?”. Darwin se encantara com a visão de Lyell quanto a condição geológica da Terra, que seria consequência de forças naturais agindo e se acumulando ao longo de milhões de anos, além dos estudos das línguas, em que facilmente se percebe a “evolução” (aqui identificada de forma bem despretensiosa) de novas línguas como descendentes e variantes de idiomas mais antigos. E Darwin se apoquentava com a questão: “e se as formas dos atuais animais também fossem consequências de forças naturais acumuladas em milênios?”. Em 1837, no que hoje é conhecido como seu caderno B, ele rabiscava ideias de como os animais poderiam mudar com o passar do tempo. Apesar de enigmáticas, eram espontâneas e escritas-desenhadas de forma bruta e direta, sem nenhum requinte adicional. Em uma destas páginas ele desenhou um diagrama que voltaria constantemente a lhe povoar os pensamentos. Pensou ele, talvez pela primeira vez: e se em vez de todas as espécies irradiarem do eixo central da criação divina, e se elas surgissem como ramos de uma arvore, com troncos cada vez mais centrais, ancestrais, que se dividiam e se dividiam sucessivamente em ramos cada vez menores, sempre em direção aos descendentes mais modernos? Ainda continuava ele em seu raciocínio: Como as línguas, como as paisagens geográficas, e mesmo como o cosmos, talvez os animais e plantas descendessem de formas anteriores graças a algum processo gradual de mudanças, sempre contínua. Este era um diagrama herege e profano. Darwin bem sabia disto, pois que no mínimo abalava com o conceito defendido pela cristandade de que um deus central, criou todos os animais e plantas, e no desenho de Darwin não havia centro, deus não teria criado, no momento da criação de tudo, os animais e as plantas, neste exemplo, os 13 tentilhões não haviam sido criados por algum capricho divino, mas sim por descendência natural a partir de algum tentilhão ancestral e este, sucessivamente, de outros tipos de animais. Seu cuidado quanto a heresia era tal que teve o cuidado de escrever no alto da página: “eu penso”, e mesmo assim manteve cuidado total em não divulgar sua lógica, mesmo depois da teoria completa. O problema que se mostrava era, com a possibilidade da criação divina sendo posta de lado, qual seria a força propulsora da origem das espécies? E assim sua jornada e pesquisa foi sendo estruturada até a clara, simples e direta teoria da evolução natural.



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