HUMANOS

Criamos a designação de humanos para nos auto denominar, afinal somos nós mesmos quem criamos os termos e as definições, somos nós mesmos quem definimos as qualificações e as características que achamos que temos, que deveríamos ter, ou que nos iludimos como se individualmente, realmente as tivéssemos, todas elas. No fundo, vejo que a ingenuidade e a arrogância natural, sem uma maldade intencional, faz com que realmente muitos acreditem que somos o que definimos como humanos. Apesar de não entender como gerenciam mentalmente este antagonismo entre o que nós mesmos definimos como qualidades unicamente humanas (o que já é de certo modo uma falácia, pois que nossas diferenças com algumas espécies estão muito mais na intensidade, ou na potência, do que nas qualidades ou características em si) e o como boa parte de nós simplesmente realiza seus viveres, pois que muitas e muitas vezes um não está aderente ao outro, é marcante como acabamos por nos perceber como provas reais das qualidades e características com que nos definimos. Infelizmente, para o bem ou para o mal, por sorte ou por azar, eu não consigo ver, eu não consigo perceber, como eles, que estamos como humanos isolados em uma ilha de qualidades e características somente nossas, ou o que mais me choca, que realmente realizamos, incorporamos, ou vivemos estes qualias. Sem muito esforço, vejo verdadeira multidões de semelhantes vivendo suas vidas quase que como autômatos, fechados em seus interesses, em suas necessidades, em seus grupos, em suas crenças, e quase desacoplam seus viveres do alcance de nossos atos e comportamentos. Gostaria de deixar claro que não sou hipócrita e percebo pessoas sérias, pessoas bem-intencionadas, pessoas que chegam a pôr em dúvida as características unicamente humanas, e que se dedicam a incorporar o bem querer em tudo que fazem ou dizem. Quem me acompanha mais de perto sabe que não acredito em sábios, e que entendo que vivemos em uma realização de viveres de médias, assim somos muito parecidos um com os outros, e tudo que sinto, creio sinceramente que todos sentem, já sentiram, ou podem sentir, além do que tudo que os outros sentem e são capazes de fazer, eu também posso sentir, ou realizar, e isso para o bem e para o mal. O que pode nos diferenciar é um pouco mais ou menos de sinceridade, de compromisso, de ousadia, de vontade e de bem querer.

Nos vemos como humanos, mas a humanidade também é animal, e infelizmente para mim, muitos de nós, em geral, afloram uma humanidade que é apenas a da individualidade e não a da coletividade, ou quando muito a de seu grupo familiar, ou de seu grupo local. Entendo que nos falta mais ousadia. Aqueles que desenvolveram por vontade própria as qualidades que são possíveis aos humanos (o que não significa necessariamente impossível a outras espécies), precisam ter a coragem de se expor, no mínimo para servirem de exemplos e de paradigmas para os outros de nós.

A caridade é premente, a caridade é necessária, claro que é, a fome é algo que não pode esperar, as doenças são situações que exigem premência, a miséria está espalhada por todos os países, é necessário atuar de forma emergencial e geral, mas somente a caridade nada resolve, pois que nada muda, nada transforma, juntamente com a caridade emergencial, é necessário que tenhamos a coragem de questionar, de lutar, de buscar, e de encontrar alternativas para uma inclusão social justa, e esta sim, verdadeiramente humana.



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Sou um ateu racional e um livre pensador, ou melhor, eu sou um ateu que tenta ser (que se compromete a ser) racional e livre pensador.

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