Ao transpor


Este texto foi escrito em 1979, como o texto de número 38, tendo assim 37 anos de escrito, para ser um dia publicado.

Ao transpor a profundeza de uma porta mágica
Me vi envolvido pela resplandecência do “saber total”.
Era uma sensação inigualavelmente suave
O que me fez sentir que me tornara algo como um ser “astral”
Vivendo em uma imensidão infindável
Encontrei uma tranquilidade pura, capaz de me “reconstruir”.
O meu saber maligno já não me pertencia mais
Ele se encontrava na mais profunda retração possível.
Me senti como se estivesse em uma “profundeza sangrenta”
Porém com uma vida “galacticamente” superior.
Tentei andar e vi que flutuava em pleno espaço sideral
Procurei encontrar alguém e não achei.
Sabia existirem ali “vidas” de elevada capacidade mental
Entretanto por mais que as procurasse, nada encontrava
O que eu via parecia um pesadelo
Só que era a tranquilidade total e certa.
O vigor fenomenal das estrelas
Perto do que eu não via
Mas ali sentia existir
Era totalmente sem comparação.
A realidade que experimentava era infinitamente superior ao vigor das estrelas
Um amor profundo, e dotado de grandiosas qualidades puramente naturais
O tornava sistematicamente superior ao que eu conhecera na terra
O tempo parecia não passar como se estivesse sendo estrangulado
Por um imenso poder teoricamente mágico
A cada instante parecia que eu encontrava uma nova janela espaço temporal
E dinamicamente era arremessado para uma nova “dimensão”.
Isto ocorreu várias e várias vezes
Me fazendo conhecer locais incrivelmente diferentes, estranhos, porém maravilhosos.
Belezas súbitas e as vezes duradouras
Me faziam sentir uma liberdade total
Parecia que eu havia incorporado todo o saber universal e toda a experimentação possível.
Mas aquilo era um simples teste mental
E eu não fui capaz de superá-lo.
Depois de algum tempo passar, que realidade não passava
Eu reencontrei-me comigo mesmo, e com toda a “maldade” do mundo
Então me lembrei que era humano
E que nenhum ser humano pode se dar ao luxo de não a possuir.
Enquanto ainda relutava em retornar da viagem mental que experimentava
Percebi uma porta
Hesitei em passar
Porem uma força universal me fez atravessá-la
E aqui estava eu, de volta a realidade deste mundo.
O mundo da maldade em série
O mundo da vaidade
O mundo da segregação e dos preconceitos
O mundo em que o poder sufoca os mais fracos
O mundo do desamor
O mundo da exploração
O mundo da exclusão.


Pensei em contar o ocorrido
E tentar explicar que sem maldade, com vontade e com uma visão social poderíamos viver física, mental e psicologicamente melhor. 
Porem preferi me calar
Pois sabia que ninguém desejaria despender parte de seu “valoroso” e atribulado tempo em me escutar.
Então pensei em escrever o ocorrido
... Espero que algum dia isto possa, pelo menos ser lido, e ajudar a repensarmos nossa realidade do viver.
Quem sabe um dia a humanidade consiga ser verdadeiramente humana e social, inclusiva e fraterna, respeitosa e altruísta, racional e amorosa, solidária e compromissada, e tudo de bom se torne realidade.


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Sou um ateu racional e um livre pensador, ou melhor, eu sou um ateu que tenta ser (que se compromete a ser) racional e livre pensador.

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