Como pode o sentido sincero de religiosidade?
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Que me desculpem os religiosos que se expõem contra o estado desumano de nossa sociedade, que me perdoem todos os religiosos, de qualquer religião que dão sua cara a tapa pela luta a favor de uma inclusão social, livre de preconceitos, não é para estes este texto. A estes, saibam eles que tem em mim um aliado, independente de suas crenças e de minhas crenças, estarei de mãos dadas com eles e por eles, enquanto a luta for sincera por uma transformação do que aqui está. Aos religiosos que buscam acima de suas salvações, a real salvação da miséria e da exclusão de todos os irmãos, independente de crenças, cor, gênero, nacionalidade ou idade, não pela simples caridade, que é necessária frente a atual situação de fome, mas que nada em si transforma, saibam eles que estou de corpo e alma mental com eles, independente de lermos o livro da realidade deste mundo com algumas diferenças.
É cada vez mais confirmado que ou a evolução, ou a cultura ou mesmo ambos, moldou algo em nosso cérebro para termos uma facilidade enorme em acreditar na existência de algo transcendental.
Como pode o sentido sincero de religiosidade que é parte natural de um comportamento mental da maioria de nós (como comentado acima), parecer algo tão nobre, se as religiões em sí, ou se o comportamento médio dos ditos religiosos, quase nada de verdadeiramente nobre fazem pela real transformação social?
Talvez porque em geral prefiramos nos ligar a um deus poderoso, mesmo teórico, do que a milhões de miseráveis irmãos, ou talvez porque prefiramos nos iludir sendo meros solicitantes para que aquele deus atue, do que sermos, em geral, nós mesmos, aqueles que se exponham política e socialmente contra o estado atual de exclusão de muitos, nos comprometendo pela luta contra todo preconceito, e toda exclusão social, ao preço de termos o sistema contra nós, o poder, praticamente todo o poder a nos policiar e a nos pressionar para que nos omitamos de lutar contra o que aqui está.
Minha decepção vale também (e me choca muito mais) para aqueles que se dizem humanistas, seculares, céticos, materialistas, socialistas, de esquerda, ou ateus e da mesma forma nada fazem por alguma revolta contra tudo de desumano que aqui está.
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