Exatamente o que sei e porque eu acredito no que eu creio?
Crianças adoram porquês, e de alguma forma, talvez mesmo pela cultura ou pela massificação e domesticação, ao longo do tempo acabamos perdendo esta paixão pelo entender, pelos “porquês”, pelos “comos”, pelos “para que”, e pelos “a quem interessa”. Isto não é diferente quanto a duas questões simples, entretanto de respostas um tanto nada simples, e que muitos de nós sequer pensamos em nos fazer. A primeira seria algo como “Exatamente o que eu sei?”, e a segunda variaria entorno de algo como “Porque eu acredito no que eu creio?”. Por mais cético que possamos ser, ou cegos seguidores de algo, a verdade é que sabemos coisas (horas em primeira pessoa, horas através de sérios e respeitáveis interlocutores que conhecemos diretamente ou não, e apenas cremos em outras coisas. Todos temos crenças, impossível viver sem elas, simplesmente porque é impossível tudo saber, mas também é impossível que nada saibamos, podemos não saber na profundidade máxima, na completude do que seja possível saber sobre aquele algo, e mesmo assim estando preparado para ajustes neste saber. Saberes não são propriedades de alguns, em verdade alguns sabem mais sobre umas coisas e outros sobre outras, mas todos sabemos de coisas, mas será que já nos perguntamos exatamente o que eu sei? Podemos descobrir que coisas que acreditamos saber, na verdade pouco ou nada sabemos, criamos uma ilusão subjetiva que ao longo do tempo nos cegou e nos permitiu crer em algo como se na verdade fosse um saber, mas quando no muito é apenas um superficial conhecer, ou uma percepção meramente superficial dos fenômenos possíveis de percebermos. Enquanto por outro lado podemos não aceitar coisas que sabemos, porque possam ferir nossos interesses, nossos sonhos, nossos medos e temores, nossos desejos de acreditar que a verdade seja diferente do que sabemos, e assim nos iludimos de que não sabemos, ou que seja impossível saber realmente aquilo, para manter nossas crenças sustentáveis, pois que ao assumir que sabemos algo que diretamente confronte nossas mais acalentadas crenças podemos entrar em desequilíbrio por falta de coragem de abandonar as crenças e construir novas a partir do que sabemos agora. E quanto ao que cremos, muitas vezes podemos preferir não buscar conhecimentos maiores, e assim podemos ter a tendência a nunca nos perguntarmos o porque acreditamos no que cremos. Por mais arriscado que possa ser buscar respostas sinceras, honestas, coerentes, críticas e racionais (quando o racional e até onde o racional possa ser sustentado), é um exercício que todos deveríamos fazer, não de forma agitada, corrida, ou preconceituosa, mas sim de forma honesta, sincera, livre de amarras ou de interesses, com coragem para aprofundar sempre e cada vez mais estas respostas, que podem nunca ser completas, mas que podem ser o mais profundamente honestas, coerentes, lógicas e críticas.
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Sou um ateu racional e um livre pensador, ou melhor, eu sou um ateu que tenta ser (que se compromete a ser) racional e livre pensador.
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