Esquecemos de amar nossos irmãos em espécie e nossas “espécies primas”

Muitos se dedicam para “amar” a um ser divino, mas infelizmente muitos destes se esquecem de amar a todos os seus irmãos em espécie, todas as espécies nossas primas, toda a natureza (sabendo que pela natureza, tanto os humanos como as demais espécies já estariam incluídas, mas aqui acrescento a natureza, pensando no todo físico-químico-biológico-mental, não somente nossa Terra, mas todo o universo e além, no caso da existência de multiversos). Tenho a certeza que muitos acham que realmente amam a um deus, e que o creem fazer sinceramente, mas infelizmente muitos esquecem de que, no mínimo, somente isto não bastaria, um amor sem obras de nada serve (Para mim, “o amor sem obras e longe da razão é morto em si só”, sinceramente não creio ser amor o que sentem aqueles que creem amar a deus, mas que não amam toda a vida natural, isso pode ser muitas coisas, mas para mim não é amor verdadeiro.). Por que será que no fundo alguns (muitos) assim agem? Será que no fundo aqueles apenas se esforçam por buscarem as suas salvações? Será porque buscariam algum tipo socorro ou ajuda? Será que por algum medo? Será que simplesmente por que foram catequisados a amarem a deus sobre todas as coisas? Talvez será por que buscam a chave secreta da imponderável eternidade, o perdão, e alguma ressurreição? Sinceramente eu não sei, cada um teria a sua resposta, talvez muitos mesmo sequer a tenham, mas o que menos me importam são as justificativas, uma vez que não consigo entender por amor, nada que não seja inclusivo, distribuído, e que não espere retorno, e que não seja acompanhado de obras, de doação e de compromisso. Peço desculpas aos crentes (aqui como aqueles que creem em um deus teísta) mas não amo o celeste, o místico, alguma deidade, ou alguma outra criação ou mesmo outro tipo alegórico que lhe sejam afins. Certo ou errado, me esforço por construir um amor imanente pela natureza, pelo natural, pelo possível, e em especial pelos meus semelhantes, quaisquer que sejam estes, mesmo os que não professem minhas crenças, e também construir um amor por toda a variedade de vida (a essência biológica que deu o salto do físico-químico para o biológico, com ou sem circuito neural), deixando claro que amar a todos não significa, para mim, aceitar o inaceitável, fazer vistas grossas ao que seja indigno, excludente, opressor, petulante, humilhante ou ofensivo a dignidade humana (definindo aqui dignidade humana como aquilo que não retire a humanidade, que garanta liberdade com responsabilidade, e que seria plenamente aceitável por mim, para meus filhos).
Tenho a certeza que muitos sabem amar seu deus através de um amor sincero e altruísta por nossos irmãos em espécie e pelo amor à natureza, sem se preocuparem pela simples coleção de bônus em vida, deixando para depois o possível julgamento de seus atos e comportamento, para estes eu me curvo e dedico muito respeito, mas diferente destes, eu apenas não creio em divindades, e assim, dedico meu esforço físico e mental, em obras que dignifiquem a vida, que respeitem o natural, que possam incluir socialmente o maior número possível de excluídos, e que não envergonhem meus filhos, e que talvez, possam vir a servir de exemplos para quando me for, uma vez que esta certeza ninguém me tira, um dia voltarei para o eterno nada que já fui um dia.

Não poderia deixar passar, que também existem pessoas que se dizem seculares que não apresentam o verdadeiro sentimento de amor, de respeito, de dedicação, de doação, de altruísmo, de bem querer, por toda a vida, e em especial por todos os humanos, que deveria dignificar nossa espécie, e que seriam dignas de um amor sincero, pleno e potencial, cabendo apenas reforçar que estas pessoas não se escondem atrás de um amor a deus como justificativa para se esquecerem do amor à vida, estes como aqueles, são simplesmente desumanos. 


PS - "Espécies primas" são todas as espécies vivas (e mesmo as que já foram extintas mas que para este texto não são importantes), pois que em algum momento temporal do passado (em algum ponto espaço-temporal) já tivemos, nós e qualquer outra espécie viva, ascendente(s) comuns, nem que tenham sido os primeiros replicadores.

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Sou um ateu racional e um livre pensador, ou melhor, eu sou um ateu que tenta ser (que se compromete a ser) racional e livre pensador.

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