Sejamos coerentes, ou proibamos o álcool, ou liberemos a maconha.

Sejamos coerentes, ou proibamos o álcool, ou liberemos a maconha. O que não faz sentido é sermos totalmente complacentes com um e totalmente preconceituosos com o outro, tratamento igual para o álcool e para a maconha.

O álcool é liberado para consumo, mas sabemos que ele faz mal a saúde, e chega a ser um problema social. O consumo de álcool está claramente relacionado a hepatite alcoólica,  cirrose, gastrite, pancreatite, perda de sensibilidade no corpo, alteração dos reflexos, câncer, miocardiopatia alcoólica (doença cardíaca causada pelo álcool), além de causar dependência em muitos, e também de ser causa de acidentes de trânsito, de trabalho e de brigas. O seu consumo faz com que o indivíduo tenha perda de consciência pessoal, e pode causar dor de cabeça, enjoo, olheiras, desidratação e mal estar. O álcool causa hoje, cerca de 4% das mortes no mundo todo, matando mais do que a Aids, a tuberculose ou a própria violência.


No cérebro, o álcool pode causar perda de reflexo, problemas de atenção, perda de memória, sonolência e podendo chegar até ao coma alcoólico, e em alguns casos pode resultar em parada cárdica. A bebida faz com que o cérebro libere adrenalina que acelera a atividade do sistema cardiovascular, sobrecarregando o coração. No fígado o álcool altera a produção de enzimas e pode levar a uma inflamação crônica, hepatite alcoólica e até mesmo cirrose. No estomago e no esôfago, o álcool irrita as mucosas, alterando o funcionamento das membranas intestinais, podendo causar esofagite, gastrite e até diarreia. O álcool sobrecarrega os rins, comprometendo o trabalho deste na filtração de substancias do nosso corpo. Em algumas pessoas o consumo de álcool pode levar a sentimentos de tristeza. Ninguém escapa da ação do álcool e, portanto, as glândulas também têm seus produtos, no caso os hormônios, alterados. Porém, são as pessoas que já apresentam doenças de alteração hormonal, como diabetes, que sentem com mais intensidade os danos físicos pela ingestão de bebidas alcoólicas.

Somente pessoas ingênuas ou ignorantes podem acreditar que tanto o álcool quanto o cigarro não façam mal. Mas estas pessoas que permitem a liberação do consumo de álcool ou do cigarro, acabam sendo contra a liberalização do uso medicinal ou de laser da maconha. Incoerência total. Ou sejamos coerentes e lutemos pela proibição do álcool, do cigarro e da maconha, ou pela mesma linha de coerência aceitemos o álcool, o fumo e a maconha, naturalmente. Já que a sociedade entende que o álcool deve ser livre, então defendo igualmente a liberação do uso medicinal e de lazer da maconha. Mas cabe deixar claro que sou totalmente contra a liberação das demais drogas. É claro que entendo que a maconha possui alguns malefícios e riscos não só para a saúde, mas também socialmente, possui o risco de elevar o número de acidentes de trânsito, entre outros, mas nada que o álcool também já não faça.

Estatísticas internacionais apontam que em cerca de 15% a 66% de todos os homicídios e agressões sérias, o agressor, a vítima, ou ambos tinham ingerido bebidas alcoólicas (Fonte: IIPDROG)
O consumo de álcool está presente em cerca de 13% a 50% dos casos de estupro e atentados ao pudor (Fonte: IIPDROG)
No Brasil, dados do Cebrid apontam que 52% dos casos de violência doméstica estavam ligados ao álcool (Fonte: Cebrid)
Pelo menos 2,3 milhões de pessoas morrem por ano no mundo todo devido a problemas relacionados ao consumo de álcool, o que totaliza 3,7% da mortalidade mundial, segundo um relatório elaborado pela Organização Mundial da Saúde (Fonte: Terra)
Pesquisa da UFRJ mostrou que o álcool estava presente em cerca de 75% dos casos de acidentes de trânsito com vítimas fatais (Fonte: Fapesp)
O consumo excessivo de bebidas alcoólicas está relacionado a 42,7% dos acidentes de trânsito com mortes da cidade de São Paulo (Fonte: Folha de São Paulo)
12,3 % da população brasileira é dependente de bebidas alcóolicas, contra “apenas” 9% de tabaco e 1% de maconha (Fonte: Ministério da Saúde)

Agora vejamos os malefícios para a saúde do indivíduo, segundo estudos de pesquisadores da UNICAMP. A exposição, por uso prolongado de quantidades elevadas de álcool associa-se à:

cirrose hepática
dependência de álcool
doenças cerebrovasculares
neoplasias de lábio, cavidade oral, faringe, laringe, esôfago e fígado
gastrite
varizes esofagianas
pancreatites aguda crônica
diabetes mellitus
tuberculose
pneumonia e influenza
risco de coma alcóolico
Síndrome de Abstinência Alcoólica (Delirium Tremens)
Síndrome de Wernicke-Korsakoff
O abuso de álcool determina mortalidade precoce. Na Suécia, perto de 25% dos óbitos de menores de 50 anos foram atribuídos ao álcool.

Assim, creio que o mais certo seja lutarmos pela proibição do álcool, mas o que não entendo é termos dois pesos e duas medidas, uma para o álcool, que entendo ter deixado bem claro seu custo econômico e social, e outra para a maconha.

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