Controle do que somos

Os românticos e os presunçosos, os ingênuos e os ignorantes creem sinceramente que estão no controle total do que exatamente são, do que exatamente querem, do que exatamente pensam ou acham, do que exatamente são capazes de fazer, ou do como reagirão a toda e qualquer excitação ou nova situação. Creem mais ainda que têm controle sobre o seu presente e sabem o futuro que lhes espera. Ledo engano, ninguém possui controle total de si, do que é, do que pensa e do como reagirá a todo e qualquer evento, primeiro porque a consciência é uma pequeníssima parcela do que somos, segundo que não somos um, mais somos vários, terceiro que vivemos em um complexo caos de eventos que se interferem mutuamente e coletivamente, horas se destruindo, horas se reforçando e outras horas distorcendo linhas temporais de causas e efeitos, mais ainda, criando novas causas e novos efeitos. O caos e a aparente aleatoriedade natural de tudo que nos cerca, aliado a complexidade mental que emerge do complexo circuito neuronal que nos mantem, e completado pela plasticidade deste mesmo cérebro, e do como ele se transforma constantemente, nos impossibilita de sermos senhores absolutos de nós mesmos ou do presente que nos cerca, assim o futuro a ninguém pertence...

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