A vida que merece ser vivida é aquela sagrada

A vida que merece ser vivida é aquela sagrada. Sagrada por ser transcendental, mística ou religiosa? Certamente que não, pelo menos não para mim, mas sagrada por ser ela, a vida, a nossa vida, a vida enquanto essência absoluta que do físico-químico ousou ser biologia, e mais ainda aquela vida que da biologia evoluiu para o mental. Sagrada por ser aquilo o que de mais importante podemos ter, em comunhão com a própria natureza. Sagrada por ser única, por ser fatal. Sagrada por ser ela também natureza.


A vida que vale a pena ser vivida deve exceder em muito um viver qualquer, deve ser muito mais que um viver irresponsável, um viver comum no sentido de sem importância, sem valor especial, um viver alienado, um viver individualista, e deve, pelo contrário, ser um viver sagrado enquanto nos faça sociais, mais do que apenas um ser mental.

A vida que deveria ser vivida é aquela sagrada para cada um de nós, tão sagrada que por mais antagônica que possa parecer pelo termo, é natural, é real, é complexa e múltipla, imperfeita, fatal, mas social. De alguma forma toda vida é sagrada enquanto única, mas nem todo viver é digno de ser chamado sagrado. Sagrado, no sentido que tento passar é tudo aquilo pelo qual, de tão importante para nós, estamos dispostos a dar nossa própria vida para mantê-lo. No sentido estrito deste sagrado, a nossa vida não pode ser, lógica e coerentemente, trocada pela nossa própria vida, é uma troca impossível, manter nossa vida pela entrega de nossa própria vida, mas uma vida é digna de ser vivida quando entendemos e valoramos tão positivamente a vida, que para manter e sustentar o conceito digno da vida e a realização sagrada deste viver, nos colocamos na situação de dar a nossa vida por outra vida, de ceder o nosso direito de viver para dar direito a outros viveres.

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