A razão e o Amor, ou é o amor racional
A razão, não pode ser ela, a causa para qualquer desumanidade ou maldade. O amor, não pode ser ele, a causa para qualquer irracionalidade ou cegueira, seletiva ou não. Por mais que seja falaciosa a interpretação de que o “coração” seja mais humano que a razão, muitos ainda assim o sentem, como se o valor da razão não fosse naturalmente humano, entretanto é exatamente a razão, o estado crítico de ser, e a racionalidade quem pode exercer o papel de mediador algo consciente de nosso existir, mas é o amor, aquele algo mais, aquele algo dignificante que pode dar escopo humano ao jeito racional, cético e crítico de ser. Tanto a razão quanto o amor requerem esforço de construção, compromisso em seu realizar, e total miscigenação simbiótica no seu uso real.
Agir, pensar ou realizar descolado da razão, é um passo para o fanatismo, para a adoração, para a enganação, ou para a domesticação. Mesmo o amor sem racionalidade pode ser quase tudo, pode até ser paixão, mas jamais será verdadeiramente amor. Quem ama o que desconhece ou quem ama sem uma racionalidade, sem um que de pensamento crítico, está a um passo da obstinação, da entrega cega, ou da posse. Não se pode também esquecer que agir, pensar ou realizar afastado e desacoplado do amor é também prejudicial e pode nos privar de certos limites ou insights humanitários.
A razão em nada desmerece ou menospreza o amor. O amor em nada desmerece ou menospreza a razão. A razão pelo contrário enobrece, valoriza e dá corpo humano e social ao amor. A verdadeira racionalidade é parceira real do verdadeiro amor e da sensação de consciência humana. Preferir crer que somos capazes de amar independente de uma crítica racional é o mesmo que acreditar cegamente em revelações e em mistérios, sem entender a origem, os interesses, suas possíveis impossibilidades, ou a natural extensão destas crenças, ou até mesmo o sentido maior do que seja levar uma vida humana social, é assim um mergulho no vale nebuloso do fanatismo, do fundamentalismo, da cega domesticação, e da irracionalidade. É abrir mão de uma característica tão humana, qual seja a capacidade de racionalizar, de pensar e de buscar. Amar sem razão é um risco desnecessário, amar com razão dá um brilho especial a este amor, além do mais amar com razão é a única forma que entendo de verdadeiramente amar. Ser racional sem amor é um perigo que deve ser também evitado, ser racional sem abrir mão do amor é uma das chaves sensíveis na soma de forças, com ganho em profundidade e em alcance, no tocante a busca de entendimento e respostas.
Se você realmente acredita que a razão pode atrapalhar o verdadeiro amor, significa para mim, que você ainda não entendeu que amar não é algo externo, algo divino ou cego, que o amor é construído e reformado continuamente, que o amor é a cola mental que deve ser fermentada com muita vontade, trabalho, dedicação, racionalidade e perseverança, e por mais tentador e gostoso que possa ser uma paixão, é o Amor quem dignifica o humano e o social. A razão é a rede que perpassa toda a vida mental na solidificação deste amor.
Se você prefere amar descolado da razão, pode parecer ótimo para você, mas não é, você está caindo em uma situação perigosa, eu preferirei sempre amar aderente a uma, ou a alguma que seja, racionalidade crítica e lógica, tendo a vida como meta e o humano como alvo a dignificar.
Entre a razão e o amor, eu fico com os dois, amar sem razão pode levar a loucura cega, a posse e ao fanatismo, e razão sem amor pode levar ao despotismo humano, ou a tirania social. Desta forma entendo que o amor e a razão devem andar juntos, a razão deve ser humanizada pelo amor e o amor deve ser conscientizado, orientado e arquitetado pela razão. O amor deve ser racional, e a razão deve ser amorosa.
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Sou um ateu racional e um livre pensador, ou melhor, eu sou um ateu que tenta ser (que se compromete a ser) racional e livre pensador.
Não seria o Amor uma invenção humana, uma ideia que resume a essência da energia que impulsiona a existência de tudo que existe à perpetuação de si mesma? Amor e Razão são indissociáveis? Será o Amor uma razão? O Amor é uma invenção humana para justificar a irracionalidade. Será? Se o Amor está associado ao sofrimento e a tudo que pelo Amor é justificado pela poética da irracionalidade, a Razão sempre irá duelar com o Amor. Amar é o mesmo que a Razão em sua plenitude, pois amar verdadeiramente é estar racionalizando plenamente. Amor não é um sentimento, pois o sentimento é e sempre será pessoal, pois ninguém mais sentirá o que cada um sente. Amar não é bom ou ruim, Amar algo não é Amor, pois estar amando é um estado e uma opção. E por ser opção, é racional. Amor e razão são o Um.
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