O que somos?
O que somos? Uma simples pergunta, e quanto a resposta? Hum!
Certamente, muitos de nós, talvez todos, acreditamos tê-la. Mas será uma resposta
pensada, ou apenas superficial, contaminada por conceitos e preconceitos que carregamos,
mas que sequer investimos esforço algum em sua análise e compreensão? Inversamente
proporcional a simplicidade da questão colocada, a múltipla e complexa miríade de
respostas pode extrapolar o que nossa simples e individual vã filosofia pode
muitas vezes imaginar. O que me surpreende, chegando a incomodar, é a
quantidade de vezes que simplesmente descartamos das respostas, por simples
esquecimento, ou porque acabamos por nos perder em divagações infrutíferas, o fato de que não deveria haver resposta descolada, direta ou indiretamente,
da realidade de que somos seres biológicos, somos entes mentais, somos
criaturas fruto e resultado da evolução, que somos o que em última instância a
funcionalidade operacional de nosso circuito cerebral nos faz ser.
O que somos? É uma daquelas perguntas em que todos deveríamos
seriamente nos debruçar algum tempo na busca de uma resposta livre, racional e
profundamente pensada, pois que junto com a “de onde viemos?”, ou “porque
existe algo e não apenas o nada absoluto?”, ou mesmo “existe algum motivo para
existirmos?”, e finalmente “Quem sou eu?”, são respaldo direto para a forma
como olhamos, sentimos e representamos a realidade natural da existência.
Aproveito para encerrar este pequeno pensamento com um parágrafo
do David Eagleman, em seu livro, “Cérebro – Uma biografia”:
“... Do ponto de vista neural, quem você é depende de onde você
esteve. Seu cérebro muda incansavelmente, reescreve de modo constante os
próprios circuitos – e, como as experiências que você tem são únicas, os
padrões vastos e detalhados de suas redes neurais são igualmente singulares.
Como estas redes mudam incessantemente por toda a sua vida, a sua identidade é
um alvo móvel, que jamais atinge um ponto final. – David Eagleman”
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