Sou ateu, e me pergunto: e daí?

Sou ateu. 
E daí, eu me pergunto?
Sou melhor por isto?
- Claro que não. Ser ateu somente não basta. 
- Ser ateu é fácil, a realidade já me mostra o caminho. O difícil é ser Humano, é ser um ente social. Ser ateu me propicia liberdade de pensamento, mas pensamento que não se constrói e materializa em ação, comportamento, luta e compromisso, de pouco ou nada vale.
Tornei-me um ateu, mas de pouco vale para a sociedade se ficar apenas no universo teórico, cultural ou cognitivo. Preciso, sendo ateu, ter a coragem de me comprometer com o natural, com o humano e com o social, ou ser ateu passa a ser mera posição ideológica e que nada de novo traz para a sociedade e a comunidade. 

Sou ateu. Tenho que ter a coragem e a ousadia de responder seriamente a questão: E daí? O que, como ateu, pode me diferenciar, não em meu nome, mas em nome da sociedade? Que exemplos posso deixar para meus filhos? Como posso mostrar a todos que a moral, a ética, a sensibilidade humana, e o respeito à vida, nunca foram propriedade de religião alguma, e muito menos de algum deus teórico?  


Sou ateu. E daí? E daí! Preciso construir seriamente um ser humano e social, preciso mostrar que antes de ser ateu, consigo ser, mesmo que ainda de forma imperfeita, um ente natural, um ente social, um ente humano, um ente crítico e racional, um ente que busca entender e ler o mundo sem filtros pré-concebidos ou aprendidos e sem razão alguma de ser, e mais ainda, um ente que se não construiu ainda um amor real por todos, aprendeu a respeitar a todos e a qualquer um, deixando claro que respeitar não significa concordar, ou não significa me calar frente ao que considero errado, desumano ou não natural. Preciso assim demonstrar que como ateu estou disponível para ajudar humanamente e socialmente quem quer que seja, crente, agnóstico ou descrente.


#ateuracional

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