Espanta-me


Não sou religioso, sequer creio em algo transcendental, aqueles que já me leram sabem disto.

Sem ser hipócrita sinto-me culpado por ser humano em um mudo em que a humanidade quase mais nada vale.


Sem ser cínico, algumas vezes me espanta, outras me deixa curioso, como podemos ler o mesmo livro da vida e dele tirarmos realidades tão diversas, tendo muitas vezes o mesmíssimo desejo de dignificar a humanidade que socialmente deveria ser amante da vida e do respeito ao humano e a natureza, mas alguns de nós se perdem na busca ou na espera de um amanhã, de um pós-morte que me parece totalmente ilusório.

Amo a vida, pela própria vida, amo a natureza pela própria natureza, amo o humano pela própria humanidade que deveria nos fazer mais sociais. Uma vez que entendo ter uma única realização de meu viver, sendo assim um ser provisório e transitório, fatal em toda sua essência do viver e do ser, nunca definitivo ou eterno, entendo assim que minha passagem é deveras breve, sem oportunidades para segunda época ou recuperação. Entendo também que somos inteiramente imanentes, e que a morte determina o fim total do que sou, e me devolve assim para o nada que era antes da fecundação. Amo, valorizo, estimo, e louvo a vida com todo meu empenho mental, e deste amor busco o respeito sincero e real não só à natureza, mas a todos os irmãos, compactuem eles ou não com minha forma de pensar e de ler a realidade deste mundo.

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