A razão não é corajosa, mas longe de ser covarde. Corajosos ou covardes somos nós, no uso desta razão. A razão em si nada tem de corajosa, e nem pode ter, ela nada tem a ver com coragem, justiça, beleza, alento, generosidade, encanto ou perfeição. A razão é neutra quanto a valores, quanto a desejos, a vontades ou quanto a aspirações. Diferentemente dos valores e desejos que são tipicamente pessoais, mesmo que de origens culturais, catequéticos, ou em revelações, autoridades do saber, ou modas, sendo assim subjetivas, a razão em si, embora a racionalidade se construa no subjetivo de nossa mente, a razão ganha vida em uma estrutura, metodológica ou não, “axiomatizada” ou não, que lhe dá certa sustentação objetiva, e naturalmente tende a um corpo universal do conhecer, do saber, do buscar, do aprender, e do construir o conhecimento.